Domenico Losurdo faz palestra e lança livro na sede do PCdoB
O filósofo marxista italiano Domenico Losurdo ministrou nesta segunda (15), a Palestra "Lênin, o imperialismo e as guerras", na sede do PCdoB, em São Paulo. O evento, organizado pela Fundação Maurício Grabois e pela Sociedade Amigos de Lênin, também marcou o lançamento dos seus livros “Marx e o balanço histórico do século 20” e “A luta de classes: uma história política e filosófica”. Antes, Losurdo foi recebido pelo secretariado do PCdoB, e pela presidenta nacional do Partido, Luciana Santos.
Publicado 16/06/2015 01:25
O pensador italiano é, desde 1988, presidente da "Sociedade internacional Hegel-Marx para o pensamento dialético". Ele também é membro fundador da "Associação Marx Século 21" e professor de filosofia da história na Universidade de Urbino. Com diversos livros lançados, Losurdo possuiu uma obra vasta, tendo sido traduzido para inúmeras línguas.
Em seu livro, “Marx e o balanço histórico do século 20”, o filósofo destaca, entre outras questões, a avaliação de Lênin sobre a questão do imperialismo.
“A partir da análise do imperialismo, Lênin sublinha a importância da questão nacional inclusive para além da Europa e do Ocidente: o movimento de libertação dos povos coloniais é parte integrante do processo revolucionário mundial pela democracia e o socialismo”.
O pensador italiano diz ainda que “Lênin compara a luta da jovem Rússia soviética contra a agressão imperialista alemã ao combate que, outrora, a Prússia conduzira contra a invasão e ocupação napoleônica”.
Sobre as relações de poder que remetem ao colonialismo, Losurdo afirma que “em nossos dias, os elementos de conflito presentes neste processo, longe de se atenuarem, resultam nitidamente mais acentuados. O Manifesto do Partido Comunista faz a sua análise num momento em que nenhum movimento emancipador desponta nas colônias: em tais condições, a globalização é, ou parece ser, uma relação mais ou menos equânime entre países com um grau de desenvolvimento mais ou menos homogêneo, Agora, ao contrário, ocorre que a globalização é também um instrumento com que as grandes potências tratam de recuperar o controle da economia dos países que sacudiram o jugo colonial”.
Durante o evento desta segunda-feira (15), ele lembrou também que o colonialismo formal, o político, pode até não existir mais, mas outra forma de colonialismo segue vigente, o econômico.
Losurdo explicou que, muitas vezes, certos historiadores tentam apresentar o surgimento das duas grandes Guerras Mundiais como um acaso quando, na verdade, os conflitos tiveram matriz na postura de nações imperialistas.
O caso dos chineses, que lutaram na época da Segunda Guerra contra o colonialismo japonês, é emblemático, tornando-se referência da luta anti-imperialista no mundo todo.
O filósofo participará ao longo dos próximos dias de diversas atividades ainda como parte da divulgação de seus livros no Brasil.
Nesta terça-feira (16) haverá a conferência “A luta de classes: uma história política e filosófica” na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Na quinta (18), ele estará no Maranhão, onde faz a conferência magna na Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e nos dias 22 e 23, Losurdo falará sobre seu trabalho no Rio de Janeiro.