Brasil e China assinam memorando de cooperação em parques tecnológicos

O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo, e o ministro da Ciência e Tecnologia da China, Wan Gang, assinaram nesta sexta-feira (19), em Brasília, um memorando de entendimento sobre cooperação bilateral em ciência, tecnologia e inovação (CT&I), na área de parques tecnológicos. O ato, estabelecido no 2º Diálogo de Alto Nível em Ciência, Tecnologia e Inovação, visa ao incremento do ecossistema para o mercado de inovação tecnológica, por meio do trabalho conjunto dos dois países.

Aldo Rebelo e ministro da China - MCTI

"O dia de hoje configura uma importante vitória, um passo dado por duas grandes civilizações que deve ser celebrado. Nós provemos a cooperação entre duas experiências civilizatórias importantes no mundo, a chinesa e a brasileira. Aparentemente separadas por uma distância geográfica muito grande, mas profundamente unidas por uma identidade comum dos desafios do mundo e das nossas próprias civilizações", afirmou o ministro Aldo Rebelo na cerimônia, no Palácio do Itamaraty.

"Buscamos aqui, hoje, um futuro melhor para as nossas populações e para os nossos países, contribuindo para a nossa pesquisa, inventos, a nossa inteligência, para revelar conquistas da ciência para o Brasil, a China e o mundo", disse.

No âmbito da cooperação, a prioridade será dada à colaboração que possa promover o progresso dentro das áreas de pesquisa e desenvolvimento (P&D) de interesse mútuo estratégico. São elas: ciência e tecnologia agrícola, tecnologia industrial, tecnologia de valor agregado, e biotecnologia e nanotecnologia.

De 1984, quando entrou em vigor o primeiro acordo sino-brasileiro em CT&I, até o momento, os dois países já firmaram 53 atos internacionais na área de P&D. "Eu creio que esse traço comum do Brasil e da China marca mais do que a necessidade da nossa cooperação", pontuou o ministro Aldo. "A cooperação entre vizinhos de fronteira é um destino. Entre países distantes é uma opção marcada pela identidade e pela busca de objetivos comuns. É isso o que oferece segurança a cooperação do presente e a perspectiva da cooperação no futuro."

Impacto na economia

De acordo com o ministro Wan Gang, atualmente, cerca de 15% do PIB da China é oriundo das empresas instalados nos parques tecnológicos e incubadoras do país. Aliada à política de ambientes de inovação, a interação entre as empresas e uma forte base de universidades, laboratórios e centros de pesquisa – mais de 130 foram criados nos últimos 30 anos – permitiu ao país asiático evoluir de 0,2 para 1,1 patentes para cada grupo de 10 mil habitantes, entre 2002 e 2008. Das 600 mil patentes registradas pelos chineses, 70% são de pesquisas realizadas por empresas privadas. As companhias são também as responsáveis por 76% dos recursos destinados a P&D no país.

"Estamos vendo os avanços dos nossos trabalhos, que trazem benefícios para a economia e a sociedade dos dois países. Hoje, o diálogo foi de fundamental importância. Através dos parques tecnológicos podemos dar o passo adiante para a inovação em um espaço de trabalho conjunto. O Brasil e a China sendo países em desenvolvimento precisam acelerar os investimentos em inovação. Os dois países somando esforços promoverão um futuro melhor", afirmou Wan Gang.

Participam também do 2º Diálogo: os secretários do MCTI Eron Bezerra (Ciência e Tecnologia para Inclusão Social), Jailson de Andrade (Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento) e Armando Milioni (Desenvolvimento Tecnológico e Inovação); o embaixador de Ciência e Tecnologia da República Popular da China, Li Jinzhang; o subsecretário-geral de Meio Ambiente, Energia e Ciência e Tecnologia do Ministério das Relações Exteriores, José Antonio Marcondes de Carvalho; e o presidente do Parque Tecnológico de São José de Campos, o ex-ministro Marco Antonio Raupp.