Em artigo, Palocci rebate "suspeitas infundadas" da Folha

O ex-ministro Antônio Palocci rebateu as matérias da Folha de S. Paulo a respeito de suas atividades de consultoria no período em que foi deputado federal. Essas atividades tem sido alvo de investigação da Lava Jato. Sem apresentar provas, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa disse que Palocci teria lhe pedido R$ 2 milhões para a campanha de Dilma em 2010. No entanto, o doleiro Alberto Youssef nega ter dado o dinheiro e diz que nem conhece o ex-ministro.

Antonio Palocci

“Se a Folha suspeita que minha atividade parlamentar desviou-se do interesse público, tem todo o direito de dizer como isso teria ocorrido, com base em meus projetos, meus votos e minhas opiniões como deputado. Mas, ao ficar no terreno da hipótese, o editorial e as reportagens que o precederam incorrem na injustiça de lançar suspeitas infundadas ou de simplesmente acusar”, diz Palocci, em artigo.

Segundo ele, o questionamento do jornal sobre as suas atividades de consultoria, de 2007 a 2010, portanto quando exercia mandato parlamentar, é cheia de contradições, pois apesar de admitir não haver ilegalidade em tais atividades, o jornal relativiza dizendo que “Palocci tem alguma razão ao dizer que não há vedação legal ao exercício simultâneo do mandato e de atividades comerciais”.

“Ora, se em uma atividade não há ilegalidade, ela é totalmente legal. Não se trata de ter 'alguma razão'. Não existe "meia legalidade". Ou estamos diante de uma legalidade ou de uma ilegalidade”, enfatiza.

“Contudo, agora que a Operação Lava a Jato agita o ambiente político, vazam-se dados de procedimento que corre em segredo de Justiça solicitado pelo próprio MPF. Por que acontece isso? Que interesses alimentam tais vazamentos? Por que autoridades de instituições tão fundamentais à Republica se dispõem a atuar ilegalmente, fora dos autos, violando o direito de terceiros? Estariam suspensos os direitos individuais, previstos na Constituição?”, questiona.

Palocci ressaltou que a sua empresa de consultoria prestava serviços como palestras para grupos empresariais e análises econômicas e políticas para subsidiar decisões estratégicas.

“Todos louvamos a Folha quando registra em seus princípios editoriais o pluralismo e o compromisso com a verdade e com o Estado de Direito. É em nome desses princípios que venho perante os leitores do jornal contestar uma injustiça contra mim cometida”, finaliza Palocci.