GM promete investir R$ 13 bi no país, mas segue com demissões
Após a divulgação nesta quarta-feira (29) de que a General Motors do Brasil investirá R$ 13 bilhões de reais na produção de seis novos produtos nas fábricas do país até 2019, ganha força o ato em defesa do emprego dos metalúrgicos na empresa de São Caetano nesta sexta-feira (31).
Publicado 30/07/2015 10:37
“Essa crise que os patrões alarmam tanto é somente para a classe trabalhadora, porque eles estão ganhando cada vez mais com a crise”, garante Denis Caporal, dirigente da Fitmetal (Federação Interestadual de Metalúrgicos e Metalúrgicas do Brasil) e da Oposição Sindical Metalúrgica CTB SCSl, onde se localiza a sede da primeira fábrica da GM instalada no Brasil.
Para o sindicalista, “a multinacional norte-americana confia na capacidade de produção do parque industrial brasileiro”, por isso investe, mas “joga o preço da crise nas costas dos trabalhadores e demite agora para contratar mais tarde pagando salários duas vezes menores”.
Enquanto isso, os metalúrgicos de São Caetano continuam acampados na porta da sede da montadora desde a sexta-feira (12) para protestar contra as 550 demissões feitas pela empresa recentemente. “Já protocolamos uma carta na segunda-feira (22), mas até o momento a direção da GM não respondeu nada”, sintetiza Caporal. “Eram 819 em lay-off (afastamento temporário), a fábrica demitiu 500 e chamou para retornar ao trabalho 50, então além dos demitidos 219 continuam afastados”, acentua.
O dirigente conta que estão movendo esforços para levar a demanda dos operários da cidade do ABC paulista para o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP), que esteve presente em protesto dos acampados, com objetivo de que “ele consiga uma audiência do Ministério do Trabalho para resolver nossa situação, porque não contamos com o apoio de nenhum vereador e nem do prefeito de São Caetano”, revolta-se.
“O pior de tudo é que o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, Aparecido Inácio da Silva, o Cidão, é vereador no município pelo Solidariedade. “Solidariedade a quem”?”, pergunta Caporal. “Aos trabalhadores que não é”, confirma. Os funcionários demitidos prometem continuar acampados até serem readmitidos pela multinacional.