Petrobras registra lucro líquido de R$ 5,9 bilhões no trimestre

O presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, disse que ficou muito satisfeito com os resultados alcançados pela companhia no segundo trimestre deste ano, quando teve lucro líquido de R$ 531 milhões, em especial com o resultado operacional, que ocorreu dentro da política de transparência que a empresa vem desenvolvendo e a busca da previsibilidade no tratamento do seu planejamento tributário.

Aldemir Bendine presidente da Petrobras ao lado do diretor Financeiro e de Relações com Investidores, Ivan Monteiro - Agência Brasil

Ele destacou que foram feitos alguns lançamentos no balanço do segundo trimestre, que refletiram diretamente no resultado líquido da empresa. No primeiro semestre de 2015, a empresa registrou lucro líquido de R$ 5,9 bilhões, o que equivale a 43% de queda em relação ao mesmo período do ano anterior. Já de abril a junho, o lucro líquido de R$ 531 milhões representou queda de 90% na comparação ao mesmo trimestre de 2014.

Bendine explicou que um dos fatores não recorrentes que afetaram o resultado líquido foi a baixa contábil. Ele disse que a Petrobras tinha uma ação em curso relativa a pagamentos de IOF entre os anos 2007 e 2010. Ao todo, eram quatro processos e o de 2008 foi julgado. Segundo o presidente, não havia provisão para o julgamento e, diante da vantagem que a companhia conseguiria ao assumir esse pagamento, a opção foi pagar o tributo. “Entendemos que a tese que defendíamos era frágil para dar uma continuidade nesse processo por via judicial. Conseguimos então um bom desconto. O valor dessa ação era de R$ 3,3 bilhões e conseguimos reduzir para R$ 1,6 bilhão, sendo que parte pagamos por caixa e o restante por compensação de prejuízo fiscal”, disse.

Quanto às outras três ações em curso, semelhantes a que já foi julgada, o presidente esclareceu que, dentro da prática de conservadorismo e planejamento tributário que está sendo seguida da empresa para resolver todo o passivo tributário e para que tenha uma previsibilidade maior no futuro, foi lançado no resultado uma provisão de R$ 2,6 bilhões.

O gerente executivo de desempenho empresarial, Mário Jorge da Silva, destacou o resultado de fluxo de caixa livre de R$ 4,5 bilhões no primeiro semestre de 2015, enquanto no período anterior tinha sido negativo em R$15,8 bilhões. “A geração operacional da companhia foi maior do que os seus investimentos no período, o que é uma variável importante para uma companhia que está buscando desalavancagem e recuperação nos seus indicadores de endividamento”, completou.

Mário Jorge da Silva informou ainda que a companhia confirma a meta de produção de petróleo para este ano em quase 2,8 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed). No primeiro semestre, a produção no Brasil e no exterior teve média diária de aproximadamente 2,8 millhões boed, o que significou alta de 9% em relação a igual período do ano passado. Na camada do pré-sal, em junho, a Petrobras registrou recorde mensal de produção de petróleo de 747 mil barris/dia.

Mário Jorge revelou que a companhia projeta para 2015 o equivalente a US$ 28 bilhões em investimentos. Desse total, já foram investidos US$ 12 bilhões. Já nos desinvestimentos, a empresa definiu o total para o ano de US$ 3 bilhões. Até agora a contribuição ao caixa atingiu US$ 0,2 bilhão. Com relação às captações, a Petrobras trabalha com o volume de US$ 12 bilhões. “Já realizamos US$ 10,6 bilhões de captação até o momento, objetivando fechar o ano de 2015 com um saldo em caixa de US$ 20 bilhões”, contou.

A diretora de Exploração e Produção, Solange Guedes, informou que a Petrobras vai participar da 13ª rodada dos blocos exploratórios da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombuatíveis (ANP), mas vai levar em consideração, de forma bastante séria, a situação da empresa. “A estratégia será de avaliar as oportunidades”, comentou, acrescentando que a companhia ainda está em fase de análise do edital.