Grécia alcança acordo com credores europeus para terceiro resgate

Após 18 horas de negociações, Grécia e credores europeus alcançaram nesta terça-feira (11) um acordo de até 86 bilhões de euros para o terceiro programa de resgate.

Grécia Euro

Segundo o ministro das Finanças grego, Euclides Tsakalotos, ainda restam alguns "pequenos detalhes" a serem definidos, mas espera-se que nas próximas horas o projeto de lei possa ser apresentado no Parlamento de Atenas e votado na quinta-feira (13).

Tsakalotos substituiu Varoufakis à frente da pasta das Finanças por ser conhecido por ter um tom mais conciliatório com os sócios europeus

Por sua vez, o presidente da Comissão Europeia (CE), Jean Claude Juncker, ressaltou que foi fechado um pacto "técnico" e que agora é preciso aprovar o "político".

O governo grego espera receber um primeiro desembolso de 24 bilhões de euros antes no dia 20 de agosto, quando deve cumprir o pagamento de uma dívida de 3,4 bilhões de euros ao Banco Central Europeu. Ainda há parcelas a serem pagas ao Fundo Monetário Internacional.

A nova rodada de negociações ocorre há três semanas com o intuito de detalhar as medidas de reformas que Atenas deverá conduzir nos próximos anos, bem como seu cronograma de implementação e a definição do montante de resgate.

Pontos básicos

Entre os pontos estabelecidos na reta final das negociações estão os objetivos orçamentários da Grécia: foi decidido que em vez de obter um superávit primário de 1% do PIB (Produto Interno Bruto), será necessário apenas que o país apresente um déficit primário de 0,5% para 2015.

Já para os próximos anos, será preciso ter um superávit de 0,5% (2016), de 1,75% (2017) e só então a meta de 3,5% (2018).

Embora outros detalhes do acordo ainda não tenham se tornado públicos, fontes do governo afirmaram à Agência Efe que também se alcançou um compromisso em relação ao formato jurídico que terá o novo fundo de privatizações.

De acordo com a agência de notícias italiana Ansa, haverá um reforço nas punições para crimes financeiros, a gradual abolição das aposentadorias antecipadas, a desregulamentação do setor de energia e a continuidade do programa de privatizações.