Para reduzir tarifas, Dilma investe R$ 186 bilhões em energia

A presidenta Dilma Rousseff fez o anúncio do Programa de Investimento em Energia Elétrica, no Palácio do Planalto, nesta terça-feira (11). O pacote de medidas que soma investimentos em torno de R$ 186 bilhões, tem o objetivo de dar celeridade aos projetos de ampliação de geração e de transmissão de energia no país. Do total, R$116 bilhões serão investidos em obras de geração e R$ 70 bilhões em linhas de transmissão.

Dilma laça programa de investimentos em Energia Elétrica - Agência Brasil

“Esse plano de investimentos faz parte de um caminho de retomada do crescimento, uma sinalização de futuro, pois sabemos que o que decidimos hoje também terá impacto daqui há 10 anos”, disse Dilma durante a cerimônia.

"Os investimentos que estamos anunciando vão ampliar a solidez do sistema de produção e distribuição de energia em nosso país", completou Dilma, destacando que o Brasil tem "um diferencial imenso na área de energia, tanto por conta do etanol, como da energia eólica, solar e biomassa".

A presidenta destacou que o momento atual exige que todos os gargalos de infraestrutura do país sejam superados. “Sabemos que marcos regulatórios no Brasil precisam ser melhorados para que tenhamos maior rapidez nos investimentos. Quando os investimentos atrasam é muito grave”, salientou Dilma, destacando que nos últimos anos foram feitos investimentos importantes, principalmente em hidrelétricas que foram “construídas com o cuidado e rapidez”.

Dilma sublinhou a importância da parceria público-privada para garantir os investimentos. Para a presidenta, existem pontos em que é essencial a participação pública, mas em outros momentos é preciso contar com a iniciativa privada para avançar. “Sabemos que é um momento difícil e os obstáculos num momento difícil, quando eles têm de ser enfrentados, a melhor resposta é governar respeitando a democracia e horando essa relação entre o setor público e o setor privado”, destacou.

A presidenta enfatizou que os investimentos vão fortalecer a retomada do crescimento, “gerando empregos, gerando renda e assegurando que programas cruciais, como o Pátria Educadora, sejam ampliados e possam prosperar”.

Contas de luz

Dilma reconheceu e lastimou o aumento das tarifas das contas de luz, que foi provocado pelo falta de água nos reservatórios das usinas hidrelétricas, levando as distribuidoras de energia a recorrerem às usinas térmicas, que produzem energia mais cara, segundo explicou.

“É verdade, sem sombra de dúvida, que as contas de luz aumentaram e, por isso, nós lastimamos. Mas elas aumentaram justamente porque, diante da falta de energia para sustentar a existência de luz, nós tivemos de usar as termelétricas e por isso pagar bem mais do que pagamos se houvesse apenas energia hidrelétrica no nosso sistema", disse Dilma durante o evento.

Dilma, no entanto, afirmou que o país está em uma situação "bem melhor" e que o "encarecimento" do fornecimento de energia "começa a ser, progressivamente, revertido".

"No sábado passado, o ministro [Eduardo Braga, de Minas e Energia] informou que começamos a desligar as termelétricas. O que é possível graças ao aumento das chuvas, enchimento de reservatórios. Isso vai permitir uma redução no custo da bandeira vermelha", salientou a presidenta.

"Nós acreditamos que, com a regularização do sistema hidrológico no Brasil, nós teremos mais e melhores notícias a dar nesse sentido [conta de luz]", complementou.

Reduzir custos

Ao ampliar a oferta de energia, o governo busca ampliar a competitividade do setor, de forma a reduzir o custo da energia no país. Com os novos projetos de geração de energia a serem contratados, serão investidos R$ 42 bilhões até 2018, e outros R$ 74 bilhões após 2018. Essas obras vão aumentar entre 25 mil megawatts (MW) e 31,5 mil MW a energia fornecida ao sistema.

Serão leiloados 37,6 mil quilômetros de linhas de transmissão, a um custo previsto de R$ 70 bilhões. Deste total, R$ 39 bilhões serão executados até 2018, e R$ 31 bilhões a partir de 2018.

Entre as obras planejadas, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, destacou a construção das hidrelétricas de Tapajós e Jatobá, ambas no Rio Tapajós. “Nosso objetivo é fazer esses leilões até o final deste ano”, disse Braga.

De acordo com o Ministério de Minas e Energia, entre 2001 e 2014 a geração elétrica cresceu 67%, passando de 80 mil MW para 134 mil MW. Em 2014, foram agregados mais 7,5 mil MW ao Sistema Interligado Nacional. Já na transmissão, o crescimento foi 80% no mesmo período, passando de 70 mil quilômetros de linhas para cerca de 125 mil, sendo que cerca de 9 mil quilômetros foram instalados no ano passado.

A energia eólica tem sido uma das prioridades do governo. Por meio do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) foram feitos financiamentos para 291 parques eólicos entre 2005 e 2014, agregando mais 7,5 mil MW na capacidade instalada do país. Com isso, a expectativa é que em 2023 as usinas eólicas sejam responsáveis por 11,4% da produção elétrica do país – o que representa uma potência instalada de 22,4 mil MW.