Em defesa da democracia, movimentos sociais se encontram com Dilma

Mantendo a contraofensiva ao golpismo e reafirmando o seu compromisso de manter o diálogo com toda a sociedade, a presidenta Dilma Rousseff recebe nesta quinta-feira (13), no Palácio do Planalto, integrantes dos movimentos sociais, num grande ato que vai contar com a participação de mais de mil representantes de 50 entidades.

Dilma na Marcha das Margaridas - Agência Brasil

Dilma participou nesta quarta (12) do encerramento da 5ª Marcha das Margaridas, em Brasília. Durante seu discurso para as mais de 70 mil mulheres trabalhadoras do campo, Dilma foi enfática: “Tenham certeza absoluta, que eu, sua presidenta, continuarei trabalhando incansavelmente para honrar e realizar os sonhos que vocês depositaram em mim e em meu governo. Esta é uma garantia que faz parte da razão do meu governo. Nós não permitiremos que haja retrocessos… Não permitirei que ocorra qualquer retrocesso nas conquistas sociais, nas conquistas democráticas de nosso país".

No encontro desta quinta (13), além das demandas sociais, a principal pauta é a defesa da democracia. Centrais sindicais e entidades do movimento social convocam ato para o dia 20 de agosto em todo o país numa demonstração do repúdio aos intentos golpistas dos inconformados com a derrota nas urnas.

“A bandeira que nos une é resistir contra o golpismo. Enfrentar essa onda conservadora será determinante para o estabelecimento de uma perspectiva de diálogo para construirmos uma pauta positiva que possibilite a retomada dos investimentos, que coloque a Petrobras funcionando com eficiência plena, o que tem relação direta com a efetivação do plano Pátria Educadora, que é o passaporte do nosso futuro”, afirmou o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adílson Araújo.

O sindicalista salientou que além de um ato de apoio, os movimentos sociais também vão apontar a direção que o governo deve seguir. “Vamos reafirmar o nosso compromisso com a defesa da democracia, da soberania nacional, dos direitos trabalhistas, mas também mostraremos nossa preocupação com o ajuste fiscal”, disse.

Adílson destacou que há uma pressão do mercado financeiro para que o governo adote medidas de austeridade monetária. “Esse caminho pode ocasionar num verdadeiro entrave ao desenvolvimento nacional, na qual a tendência, diante dessa onda conservadora, é que os trabalhadores paguem a conta”, argumentou.

Alexandre Conceição, coordenador nacional do MST, ressaltou que os movimentos vão à luta contra qualquer tentativa de golpe contra o Estado Democrático de Direito. “Nosso movimento e todos movimentos sociais de todo o Brasil sempre lutou contra a ditadura militar, fomos violentados e muitos morreram durante esse processo. Não vamos permitir nenhum tipo de ruptura política no Brasil”, afirmou.

Para a vice-presidenta da UNE, Tamires Sampaio, o encontro é simbólico por representar a oportunidade de reforçar as pautas dos estudantes e o apoio à continuidade do mandato legitimo da presidenta Dilma.

“A nossa presidenta foi eleita pela maioria da população brasileira e isso é um ataque à democracia. Somos contra qualquer manifestação pró-impeachment e haverá resistência”, garante Tamires.

Agenda intensa

Nos últimos dias, a presidenta Dilma tem mantido uma intensa agenda de encontros com diversos setores. Ela se reuniu na segunda (10) com senadores da base aliada, pedindo o apoio dos parlamentares para que não permitam a aprovação de propostas que não provoquem mais despesas ao governo, prejudicando a economia do país. Na semana passada, Dilma se reuniu com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e enfatizou a necessidade de aprovar medidas que garantam a retomada do crescimento.

Na terça (11), ela se encontrou com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para um jantar no Palácio da Alvorada.