Em meio a crise e demissões, metalúrgicos tentam proteger emprego

Em assembleia na manhã de sábado (15), cerca de 1,5 mil trabalhadores da unidade da Mercedes-Benz, em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, decidiram que o sindicato da categoria deve negociar com a montadora a adesão ao Programa de Proteção ao Emprego (PPE). Em meio a demissões, metalúrgicos da GM têm audiência de conciliação na segunda (17).

Cerca de 1,5 mil trabalhadores da Mercedes-Benz votaram a favor a adesão da empresa ao PPE

De acordo com o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos, Sérgio Nobre, a Mercedez informou a intenção de promover demissões a partir do próximo dia 1º de setembro. Para que isso não ocorra, a adesão ao PPE passou a ser uma alternativa que, para o líder sindical, é suficiente para estancar qualquer iniciativa de cortes.

”Estamos certos de que é suficiente, embora a empresa diga que não. Se a empresa insistir em demissões, seja em que cenário for, vamos fazer o que for preciso. Não aceitaremos essas demissões”, disse Nobre. Em nota, o sindicato informou que, na segunda-feira (17), Sérgio Nobre comunicará o resultado da assembleia à empresa e tentará reabrir negociações.

General Motors

Em meio a demissões e protestos, metalúrgicos da unidade de São José dos Campos da General Motors e representantes da montadora reúnem-se em audiência de conciliação na tarde de segunda-feira (17), no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), em Campinas, interior paulista. Na sexta-feira (14), a GM anunciou, oficialmente, que demitiu 798 trabalhadores, no último dia 7.

De acordo com GM, após essa data não ocorreram mais cortes. A montadora justificou que a medida foi tomada por causa do desaquecimento das vendas no setor e o impacto sobre as atividades. Na segunda-feira (10), os mais de 5 mil metalúrgicos da unidade entraram em greve como forma de pressionar a empresa a rever os cortes e a reabrir negociações.

Também por meio de nota, o presidente do sindicato dos Metalúrgicos de são José dos Campos, Antônio Ferreira de Barros, o Macapá, repudiou as demissões e reafirmou o propósito de manter as manifestações.

Programa de Proteção ao Emprego (PPE)

O PPE foi assinado pela presidenta da República, Dilma Rousseff, no dia 6 de julho, com o objetivo de preservar empregos em períodos de crise. Criado para durar seis meses e com a possibilidade de prorrogação por mais um semestre, o programa prevê a redução em até 30% da jornada de trabalho. Metade das horas não trabalhadas será custeada pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

Durante a vigência do programa, e até dois meses após esse período, as empresas não poderão demitir os trabalhadores que tiverem jornada reduzida.