Servidores do judiciário protestam por reajuste em frente ao Congresso

Servidores públicos do Poder Judiciário estão mobilizados para pressionar o Congresso Nacional a derrubar o veto da presidenta Dilma Rousseff à proposta de aumentar em até 78,56% os salários da categoria.

Servidores do Judiciário protestam por reajuste e derrubado do veto presidencial - Agência Brasil

Nesta terça-feira (18), centenas de trabalhadores ocuparam o espelho d'água em frente ao Congresso Nacional, pedindo a derrubada do veto. Nesta quarta (19), está marcada uma sessão conjunta entre senadores e deputados para apreciar vetos presidenciais. O veto do aumento para o Judiciário não está na pauta, mas diante da mobilização poderá ser incluído.

"Derruba o veto" e "Respeito ao Judiciário" foram as palavras de ordem dos manifestantes que chegaram a cercar o presidente do Senado, Renan Calheiros.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, disse que a proposta de aumento de até 41,47% para os servidores do Judiciário foi o acordo possível com o Ministério do Planejamento.

A proposta acordada será enviada ao Congresso, por meio de projeto de lei. Os ministros também definiram a proposta de aumento de R$ 33,7 mil para R$ 39,2 mil para os integrantes da Corte.

Segundo o presidente, o novo projeto foi discutido com os sindicatos e é uma alternativa ao reajuste de até 78,56%, vetado pela presidenta Dilma Rousseff.

“Esse foi o acordo possível dentro desse momento econômico que vivemos. Foi muito estudado pelos técnicos do Planejamento e do Supremo. Conversamos informalmente com várias lideranças sindicais e vários sindicatos. Embora haja vozes contrárias, tenho a sensação, a convicção de que há uma grande maioria de servidores satisfeita com o que foi apresentado alternativamente ao primeiro projeto enviado ao Congresso”, disse o ministro.

Segundo o coordenador-geral da Fenajufe (Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário e do Ministério Público), Cledo Vieira, os trabalhadores não aceitam o acordo proposto pelo STF e a categoria, em greve há quatro meses, vai continuar mobilizada pela derrubada do veto presidencial.

No veto, o governo federal argumentou que o aumento contraria os esforços do ajuste fiscal. Pelas contas, esse reajuste custaria quase R$ 26 bilhões aos cofres públicos, somente nos próximos quatro anos.