Dilma defende reforma no conselho da ONU em encontro com Angela Merkel

Em encontro oficial com a chanceler alemã, Angela Merkel, nesta quinta-feira (20) no Palácio do Planalto, a presidenta Dilma Rousseff defendeu como tarefa inadiável a reforma no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).

Dilma recebe Merkel em encontro em Brasília - Agência Brasil

“Concordamos que a reforma do Conselho de Segurança da ONU é tarefa inadiável e, no marco dos 70 anos da ONU, defendemos o início, o quanto antes, das negociações efetivas para tornar o conselho o mais representativo do mundo multipolar que todos vivemos", afirmou a presidenta.

Dilma classificou a visita da chanceler alemã como histórica. "A visita atesta a solidez e cooperação bilateral. Diante dos cenários de incerteza quanto à recuperação da economia, sabemos o quanto é importante essa parceria", enfatizou, em declaração à imprensa após o encontro. Entre os assuntos debatidos entre as chefes de Estado estão a revisão dos temas da ampla agenda bilateral, bem como questões regionais e globais. Além disso, dezessete instrumentos bilaterais foram assinados, promovendo a cooperação e o diálogo em áreas como inovação aplicada a processos produtivos, pesquisa marinha, terras raras, bioeconomia, educação, saúde e segurança alimentar e nutricional.

A presidente salientou que ambos os países concordaram com a necessidade de ampliar o comércio bilateral, com exportações de maior valor agregado por parte do Brasil, e relatou ter reafirmado a posição do governo brasileiro de continuar o acordo entre União Europeia (UE) e Mercosul.

"Esperamos a troca de ofertas ainda em 2015. Ressaltei ainda as oportunidades de investimentos alemães no Brasil, especialmente em infraestrutura e em energia elétrica", afirmou a presidente brasileira.

Angela, por sua vez, disse que vê uma oportunidade para alcançar um acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul.

"Podemos ampliar nosso comércio. Precisamos de condições confiáveis de investimento", disse Angela, que busca acesso melhor para produtos farmacêuticos e tecnologias médicas da Alemanha, entre outros, ao mercado brasileiro.

A chanceler alemã também destacou a "relação muito especial" do país o Brasil, onde mais de 1.300 companhias alemãs atuam.

O Ministério de Relações Exteriores informou que foi apresentado um plano de concessões na área de infraestrutura.

“Especialmente em infraestrutura e energia elétrica. Aproveito para reiterar o convite para que empresas alemãs participem dos processos licitatórios envolvendo a segunda etapa do PIL (Programa de Investimento em Logística) e da etapa que abrimos do programa em investimento em energia elétrica", afirmou a presidenta, durante a coletiva conjunta com a chanceler.

A presidenta enfatizou ainda que ambos os países reafirmaram a importância da cooperação ambiental e o compromisso brasileiro de redução de 36% nas emissões até 2020.

A presidenta brasileira também pediu o fim de barreiras sanitárias para produtos agropecuários brasileiros.