Jovens americanos mostram descontentamento com o capitalismo

A líder da Liga dos Jovens Comunistas dos Estados Unidos, Lisa Bergmann, descreve em artigo publicado no site do PC dos EUA o grande descontentamento entre os jovens com o capitalismo no país. Entre outros temas, aborda a questão da violência, o desemprego entre os jovens, o racismo e o imperialismo como temas que desgastaram profundamente a administração Barack Obama.

Manifestantes com bandeiras de Marx, Engles, Lenin, Stálin e Che nos EUA

No artigo, Lisa mostrou a situação preocupante da juventude no seu país. "O sistema capitalista não oferece aos jovens vagas de trabalho. Os jovens perdem cada vez mais amigos na violência cotidiana, não têm estabilidade no emprego, não têm estabilidade financeira. Estão se formando nas universidades com dívidas incalculáveis", exemplificou.

Ela disse que foi por essas e outras razões que os jovens foram às ruas e fizeram o movimento Occupy Wall Street, que se espalhou rapidamente pelo país.

"Inspirados pelos movimentos da Primavera Árabe e outros movimentos estudantis e de jovens na América Latina e na Europa, os jovens tomaram o coração de Wall Street, se espalhando por mais de 300 cidades nos Estados Unidos, chamando a atenção para a desigualdade econômica cada vez pior e sem antecedentes nos Estados Unidos", afirmou.

Enquanto 1% da população dos EUA é dona de 35% da riqueza do país, todos os participantes do movimento lembraram aos americanos que fazem parte dos 99% das pessoas que não têm acesso à riqueza da nação.

Lisa explicou que o PC dos EUA participou ativamente do Occupy. Segundo ela, em toda cidade que o partido estava organizado e tinha um movimento de ocupação, lá havia um comunista, inclusive da Liga da Juventude Comunista. Citou também as prisões nesses lugares, pela polícia, de membros do partido e da juventude em Chicago, por mais de uma ocasião.

Ela relatou também que milhares de jovens participaram de conferências da central sindical AFL-CIO, além do dramático aumento da participação dos jovens nos movimentos sindicais em todos os Estados Unidos.

Um dos trabalhos da Liga da Juventude Comunista dos EUA foi conseguir assinaturas para que um dos projetos de emprego apresentados pelo presidente Barack Obama fosse aprovado. Segundo ela, isso garantiria a criação de mais de 4 milhões de vagas de trabalho no país.

"Para que vocês compreendam como é importante lutar hoje por trabalho, vejam que temos 25 milhões de pessoas desempregadas e procurando trabalho no país. Atravessamos a pior crise desde a Grande Depressão, dos anos 1930, e a taxa de emprego entre os jovens caiu para 48,8% o que é o mais baixo índice desde que o Birô de Estatísticas do Trabalho começou a fazer as medições a partir de 1948.

Lisa mostrou também como o racismo permanece um dos maiores fatores limitantes no acesso à educação e ao emprego na sociedade americana. Para os jovens negros e latinos, a taxa de emprego é muito mais baixa. Estudantes que tomam empréstimos para pagar a universidade estão se formando com uma média de dívidas de US$ 25 mil. A taxa de desemprego entre os graduados nas universidades é de 9,1%.

A violência é outro fator que assusta os jovens americanos, de acordo com o Centro de Controle de Doenças dos EUA, do governo federal, que aponta o problema como a segunda causa de morte entre os jovens do país.

A crise instalada no país levou os trabalhadores e principalmente os jovens a buscar saídas, a demonstrar interesse na concepção ideológica marxista. Lisa afirmou que o partido e a liga procuraram nestes anos disseminar o marxismo-leninismo entre os estadunidenses.

Outra questão levantada pela dirigente comunista foi a profunda desilusão dos jovens com o presidente Barack Obama, que foi o líder americano que mais expulsou imigrantes dos Estados Unidos na história, além de não ter dado o devido cuidado à questão do campo de concentração existente na base ilegal dos Estados Unidos em Guantânamo. Lisa também falou da luta dos jovens americanos contra o imperialismo, que promoveu e promove agressões contra os povos do planeta, como contra a Líbia, Afeganistão, Iraque, Irã, Síria, Cuba e Coreia Popular.