LGBTs comemoram protagonismo do PCdoB no combate à homofobia

Segundo Lênin, “o partido é a mente, a honra e a consciência da nossa época”, portanto esse partido precisa refletir os fatos e fenômenos atuais da sociedade, e o Partido Comunista do Brasil, desde sua fundação em 1922, vem se consolidando como um instrumento de luta em defesa da democracia e liberdade do povo brasileiro.

Por Andrey Roosewelt Chagas Lemos* e Leonardo Lima**

Ficha de filiação PCdoB

Em vários momentos de polarização das decisões e posições políticas em nosso país, o PCdoB sempre esteve como um partido de vanguarda, defendendo a soberania nacional, enfrentando os vários períodos de cerceamento da liberdade, sempre buscou representar o pensamento mais jovem e atual no cenário político desta nação.

O partido marxista, que no seu início organizacional tinha como base de atuação o local de trabalho, entendendo a importância de organizar o proletariado para enfrentar o capitalismo, vem se consolidando também, ao longo de sua trajetória de 93 anos, estudantes, jovens, mulheres, negras e negros, artistas, intelectuais e outros seguimentos da nossa sociedade.

Em artigo para a revista Presença da Mulher, nossa camarada Loreta Valadares (2004) afirmou que a luta feminista emancipacionista precisa construir uma nova sociedade com base: ” – na compreensão da necessidade de que a luta contra a opressão de gênero se insere na luta contra todos os elos de opressão e pela conquista de uma sociedade radicalmente nova, sem discriminação de sexo/gênero, de raça e de classe; Assim, o Partido Comunista do Brasil, compreendendo a diversidade de sujeitos presentes na sociedade, diferentes homens e mulheres, de diferentes orientações sexuais e identidades de gênero, compreendendo que o materialismo histórico aponta que a matéria está em movimento, que o movimento altera a matéria, portanto a cultura que elabora os comportamentos é dinâmica e consequentemente os comportamentos, desejos, ideais, expressões das identidades, sexualidades de homens e mulheres nunca estiveram binarizados como ainda, erroneamente pregam parte das religiões, e entendendo que homens e mulheres lésbicas, bissexuais, travestis, transexuais e intersexuais devem se somar a luta pela liberdade e democracia, somando-se as trincheiras dos comunistas na perspectiva de construir uma nova sociedade onde esteja garantida todas as liberdades, vem ao longo dos últimos anos debatendo as questões pertinentes a organização desse seguimento.

Dessa forma, a direção nacional do partido que nos últimos congressos vem elevando a luta LGBT como importante processo de enfrentamento ao conservadorismo, decidiu alterar a sua ficha de filiação para garantir o acolhimento a esses seguimentos, incluindo os campos relativos ao nome social, orientação sexual e identidade de gênero bem como já assegurado há algum tempo o campo de atuação com a inclusão de movimento LGBT.

De acordo com Gramsci, “o partido é a prefiguração da sociedade futura”, compreendendo isso o PCdoB mais uma vez dá o exemplo de respeito às diferentes formas de manifestação das identidades, compreendendo que para lutar pelo socialismo, é preciso combater todas as formas de opressão e construir uma sociedade verdadeiramente emancipacionista com liberdade e democracia. Os comunistas devem vincular a luta pelo socialismo com a luta pela nova mulher, novo homem, pois na dialética toda a identidade é a unidade dos contrários e a contradição majoritária revela a identidade, ou seja, a identidade do nosso partido precisa se identificar com as identidades presentes na sociedade.

A militante do PCdoB, travesti, da União da Juventude Socialista (UJS) e agora 1ª Diretora LGBT da UNE, Daniella Veyga, considera que “o respeito ao nome social e a identidade gênero na nova ficha de filiação do PCdoB só enfatiza o seu compromisso e respeito com a diversidade, isso mostra que o Partido Comunista do Brasil avança cada dia mais nesses quesitos e isso obviamente ira refletir em seus parlamentares que levará cada dia mais essa questão para o debate.

Compreendendo dessa forma, o nosso partido deve acolher as diferenças, buscar os instrumentos para travar um debate e organizar de forma elevada a luta contra todo a a forma de opressão de gênero, pois tanto o machismo como as homofobias e transfobias tem fruto no patriarcado e devem ser duramente combatidas pelos comunistas. Tenho orgulho de fazer parte dessa trincheira de luta com mulheres e homens que sonham com uma sociedade mais justa e igualitária, vendo o PCdoB dando importantes passos como uma ficha de filiação que respeite o nome social de pessoas trans, bem como a inclusão da identidade de gênero e orientação sexual, compreendendo que as identidades e sexualidades são dimensão de cidadania e devem fazer parte da luta pela liberdade.

Parabéns a todas e todos que fazem o Partido Comunista do Brasil!