Encontro Nacional discute novo modelo para educação no Brasil

Na próxima segunda-feira (21), o Movimento dos Sem-Terra (MST) dará início ao 2° Encontro Nacional de Educadoras e Educadores da Reforma Agrária (Enera), em Luziânia, no estado de Goiás. Durante cinco dias, cerca de 1.200 participantes de todas as partes do Brasil, a maioria educadores do campo, se reunirão para debater o atual momento da educação pública brasileira.  

Encontro Nacional discute momento atual da educação no campo - MST

O objetivo do encontro é propor a construção de um novo espaço de articulação entre os trabalhadores da educação para formular um novo projeto de educação.

Na avaliação dos organizadores do evento, o ensino brasileiro está cada vez mais submetido a uma lógica mercantilizada por grandes grupos financeiros, e os recentes processos de fusões entre grandes grupos educacionais, como Kroton e Anhanguera, e a criação de movimentos, como o Todos pela Educação, representariam a síntese deste processo.

Para o novo reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Roberto Leher, que participará do evento, a educação brasileira virou um grande balcão de negócios organizados pelos fundos de investimento, cuja racionalidade em que se organiza as universidade não é mais a educação, mas as finanças.

“Cinco fundos têm atualmente cerca de 40% das matrículas da educação superior brasileira, e três fundos têm quase 60% da educação à distância no Brasil”, destaca o professor, ao dizer que “este processo levou a Kroton e a Anhanguera – fundo Advent e Pátria – a constituírem a maior empresa educacional do mundo, um conglomerado que hoje já possui mais de 1,2 milhão de estudantes, mais do que todas as universidades federais juntas”.

Divina Lopes, do setor de educação do MST, afirma que um dos principais desafios do Enera é denunciar a atual situação da educação pública do Brasil, e “propor a construção de um novo espaço de articulação entre os trabalhadores da educação para disputar a educação pública, e criar um novo projeto que garanta a formação dos sujeitos nas diferentes dimensões humanas, numa perspectiva libertadora e transformadora”.

Além de Roberto Leher, novo reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), estarão presentes para contribuírem no debate Gaudêncio Frigotto, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ); Mônica Molina, da Universidade Federal de Brasília (UnB); e João Pedro Stédile, do MST.