Barack Obama recebe o papa Francisco na Casa Branca

Em sua fala de boas-vindas, Obama agradeceu o pontífice por seu papel na reaproximação entre Cuba e os EUA. "Estamos agradecidos por seu inestimável apoio a nosso novo começo com o povo cubano, que promete melhores relações entre nossos países", afirmou Obama.

Francisco chegou aos EUA depois de uma visita de três dias a Cuba, onde visitou Havana, Holguín e Santiago de Cuba.

Analistas consideram que o presidente norte-americano talvez encontre um "importante aliado" no papa, que defende posturas próximas às suas em relação à desigualdade e discriminação na sociedade, imigração – cuja reforma os republicanos mantêm congelada – e a responsabilidade humana no aquecimento global.

Além disso, o papa – líder espiritual de 75 milhões de estadunidenses – proclamou o perdão para mulheres que abortaram e se arrependem, e manifestou maior entendimento para a comunidade homossexual, o que constitui uma virada graças à sua administração e, logicamente, mal visto por seus adversários mais conservadores (católicos ou não).

Após o encontro com Obama, irá rezar junto a centenas de bispos dos Estados Unidos na Catedral de St. Matthew e mais tarde oficiará a cerimônia na Basílica do Santuário Nacional da Imaculada Conceição para canonizar o frade espanhol do século 18 Junípero Serra, fundador das primeiras missões católicas no estado da Califórnia.

Ontem, líderes de tribos indígenas protestaram em Washington e qualificaram de "brutais e desumanas" as políticas evangelizadoras de Serra – beatificado há 27 anos por João Paulo II – e os soldados espanhóis, que levaram ao isolamento de sua cultura e tradições, bem como à extinção de muitos de seu povo.

"Não à canonização de Serra", se lia em um grande cartaz durante a coletiva de imprensa de porta-vozes indígenas nas imediações da igreja católica de Plymouth, em Washington.

Nesta terça-feira (22), Francisco foi recebido na base militar de Andrews, estado de Maryland, pelo presidente Obama, a primeira dama Michelle, e suas filhas, bem como por representantes do clero católico norte-americano e centenas de fiéis que o aclamaram atrás das barreiras.

A seguir, o visitante seguiu em um pequeno Fiat 500L até a Nunciatura Apostólica, missão diplomática do Vaticano em Washington, onde seguidores se aproximaram para cumprimentá-lo.

Mais cedo, na terça-feira, o Papa finalizou uma intensa visita pastoral a Cuba com uma missa no Santuário Nacional da Virgem da Caridade do Cobre e uma mensagem de união dirigida às famílias