Barack Obama na ONU: Bloqueio a Cuba não se justifica

O presidente de Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta segunda-feira (28) que o bloqueio econômico, financeiro e comercial que seu país impõe a Cuba não tem justificativa.

Barack Obama na ONU

Ao intervir na 70ª sessão ordinária da Assembleia Geral da ONU, o presidente estadunidense falou dos passos dados por seu país na restauração das relações diplomáticas com Cuba, o que gerou aplausos dos que participam da sessão.

Obama afirmou que o Congresso estadunidense inevitavelmente levantará um bloqueio que não deveria estar mais em vigor e que se avançará na medida em que marchem as negociações entre as duas partes.

Em um amplo discurso que percorreu a maioria dos temas que o mundo enfrenta, Obama afirmou, no entanto, que em certas ocasiões não estamos de acordo sobre como enfrentar os problemas.

Afirmou que há que se trabalhar sem pressa mas sem pausa para atingir um sistema internacional mais sólido apesar de alguns alegarem que os "ideais da Carta da ONU são impossíveis de serem alcançados".

O presidente estadunidense, ao abordar uma das maiores preocupações da comunidade internacional, o terrorismo, afirmou que nenhuma nação no mundo pode ser isolada dos perigos desse flagelo e enfatizou que caso não possam trabalhar juntos "todos podem enfrentar as consequências".

Além disso, disse que o extremismo religioso mina a segurança de todos, referindo-se às tendências de grupos que, como o Estado Islâmico, tentam estender suas posições pelo mundo.

Apesar de atacar com duras palavras o presidente constitucional da Síria, Bashar al-Assad, Obama sustentou que a estabilidade nesse país só poderá ser conseguida quando o povo sírio chegar a um acordo.

Ainda que tenha oposto seu rechaço a uma volta a uma época anterior à agressão contra a Síria, Obama criticou o extremismo na Síria e chamou os muçulmanos a lutarem contra os que tratam de destruir o Islã.

Indicou também que seu país está disposto a trabalhar com a Rússia e o Irã na "solução dos conflitos".

Em outro momento de sua intervenção, Obama tratou do problema da mudança climática, disse que nenhum país pode escapar dos estragos deste fenômeno, e afirmou que Washington chegará à conferência de Paris neste ano para concluir o trabalho.

Obama referiu-se também aos problemas da mulher e a igualdade de gênero, ao desenvolvimento, à imigração, à proliferação nuclear, entre outros temas.