Movimentos Sociais marcham por democracia e nova política econômica

O Dia Nacional de Mobilização em Defesa da Democracia e por uma Nova Política Econômica reuniu trabalhadores de diversas categorias nas ruas do Centro de Salvador neste sábado (03/10). A defesa da Petrobras, que completa 62 anos, também esteve na ordem do dia, assim como os 70 anos da Federação Sindical Mundial. Com esta pauta, a classe trabalhadora seguiu do Campo Grande à Castro Alves, para dizer ao governo que quer mudanças econômicas que permitam o país continuar rumo ao desenvolvimento.

O presidente da CTB Bahia, Aurino Pedreira, reconheceu que o país está atravessando um momentopolítico complexo e indefinido por conta da disputa política e da situação econômica, que dá passos em direção ao retrocesso. Mas, destacou a necessidade da unidade da classe trabalhadora. “Vimos às ruas para mostrar que o movimento popular pode reagir em defesa da democracia e da agenda política dos trabalhadores, que inclui, entre outros pontos, o ajuste fiscal. Queremos propostas que possam tirar o Brasil desta crise e reformas verdadeiramente estruturantes”.

“Não aceitamos corte de direitos e nem que o governo pratique o retrocesso. É preciso uma nova política, com juros baixos, para que se possa baratear os custos, produzir mais, manter os trabalhadores e gerar mais empregos”, completou Cedro Silva, presidente da CUT-BA.

A presidente municipal do PCdoB Salvador, Olívia Santana, ressaltou a importância de o movimento ter uma frente ampla, com diversas forças partidárias, com destaque para os partidos de esquerda, que, segundo ela, fazem a diferença qualitativa. A frente precisa garantir a feição desse governo, que tem se mostrado democrático, popular, e o que mais produziu avanços para o povo brasileiro. “É fundamental essa linha divisória, saber de que lado nós estamos. Neste sentido, a articulação desta manifestação, com participação de diversos movimentos sociais, mostra o caráter o projeto que defendemos”.

Olívia salientou também o papel que o PCdoB tem jogado na defesa do desenvolvimento do país. “O partido tem tido uma posição destacada na defesa da presidenta Dilma e da continuidade deste projeto. A nossa expectativa e o nosso esforço são de que este momento de crise político-econômica seja superado, para a retomada do projeto nacional de desenvolvimento”.

Defesa da Petrobras

Importante empresa nacional, que interfere diretamente na economia do país e em diversos outros setores, a Petrobras está no ‘olho do furacão’ e tem sido alvo de investidas contra o governo, por conta de interesses internacionais e de outras forças nacionais. Por isso, os trabalhadores têm feito campanha em defesa da estatal, com diversos atos em todo o Brasil. E a juventude, que tem grande representação na história da Petrobras, marcou presença mais uma vez.

“Temos participação na construção da Petrobras, na luta contra a privatização e na conquista de verbas do Pré-Sal para a educação. Agora, continuamos em defesa da desta empresa, tão importante para o desenvolvimento do país e responsáveis por diversas ações em prol da juventude brasileira, com o financiamento de atividades culturais”, conta Alan Valadares, dirigente da UJS Bahia. Ele destacou ainda a importância da força da Petrobras para o futuro dos jovens, como a garantia de empregos em diversos setores da economia, como indústrias.

Presente na marcha, José Sérgio Gabrielli, ex-presidente da Petrobras, pontuou a importância da estatal, que, de acordo com ele, é fundamental em três dimensões: desenvolvimento das riquezas do Pré-Sal brasileiro, viabilização da expansão da cadeia de suprimentos nacional – para a indústria naval, por exemplo – e viabilização de um processo de desenvolvimento, passando os recursos do petróleo para saúde e educação.

Gabrielli alertou, no entanto, que este conjunto de condições está ameaçado, porque a Petrobras está sob ataque especulativo grande. “Estão tentando, via mídia e comportamento de alguns componentes do Judiciário e da Polícia, transformar o comportamento de alguns no comportamento geral de todos, querendo confundir a situação de combate à corrupção, que tem que ser um combate policial, com questão política”.

Os presidentes das centrais sindicais, CTB e CUT, reforçaram a importância da defesa da Petrobras. Para eles, a riqueza nacional tem que ser utilizada em prol dos brasileiros. E defender este patrimônio, baluarte da engenharia nacional, é dever de todos.

De Salvador,
Maiana Brito