Cordel Umbilical (Outros poemas): Cedro

Cedro tu nasceste um dia
Pra engrandecer este torrão
Planos do Senhor João Cândido
Que traçou com perfeição
Dentro de sua fazenda
Fez uma povoação

Construiu um casarão
Em cima de uma colina
Onde o riacho Vaca Brava
Com água pura cristalina
Trazia o maior conforto
Pra uma cidade pequenina

Foi como uma rosa bonina
Que ali desabrochou
E no coração do povo
Uma esperança brotou
Pouco a pouco foi crescendo
Graças a Deus que ajudou

João Cândido logo estudou
Que nome seria dado
Aquele lugar tão lindo
Que estava sendo explorado
E só tinha um prédio grande
Que de seu pai foi herdado

Depois do caso pensado
Veio depressa a solução
Tinha um grande pé de cedro
Que dava abrigo ao povão
Veja bem este arvoredo
Deu nome à povoação

Foi uma admiração
Na passagem deste ato
Quando alguém explicou
Encontramos o nome exato
É Cedro nossa cidade
Tirada do meio do mato

Formou-se um lugar pacato
Tendo apenas um casarão
E um casebre pequeno
De um pobre cidadão
Mas a união fez a força
E ali Deus pôs a mão

Fizeram uma reunião
E todos iam ganhar
Um pedacinho de terra
Para construir seu lar
Assim foi seu início
Hoje vejam como está

É mesmo de admirar
Uma pequena proposta
Resultar numa cidade
Do jeito que a gente gosta
Só podemos agradecer
A João Cândido da Costa

Eu faço até uma aposta
Que Cedro só vai pra frente
Por educar os seus filhos
Que já nascem inteligentes
Onde a arte e a cultura
São a alma de nossa gente

No início primeiramente
O ponta pé inicial
Foi a estrada de ferro
Saindo da capital
Indo até o Cariri
Transportando o pessoal

Então de um modo geral
Teve grande serventia
Emprego pra todo mundo
No correr do dia a dia
E com este movimento
Nossa esperança crescia

Ali a gente já via
Casinha pra todo lado
Já não era mais fazenda
Se chamava povoado
Não era mais um deserto
Era um lugar habitado

O governo do Estado
Também muito ajudou
Pois o transporte do trem
Para o pobre melhorou
E o apito da máquina
Muito malandro acordou

Assim tudo melhorou
Já se ouvia falar
Cedro agora é uma vila
Tem casa pra se morar
Em breve vai ter escola
Para o pobre estudar

Não precisava sonhar
Tudo foi realidade
Cedro foi povoação
Foi vila, hoje é cidade
Onde a educação e a saúde
Têm sua prioridade

Um dia a realidade
Veio súbito em nossa frente
Trazendo um nome excelente
Que batizou a cidade
Ficando pra eternidade
Guardamos na memória
Pois alcançamos vitória
Entre lutas e desenganos
Há mais de 80 anos
O Cedro entrou na História

Esta tua trajetória
Foi em 15 que começou
Quando João Cândido pensou
De alcançar esta glória
Puxando pela memória
Foi até a capital
E o governador atual
Aquele plano aprovou
Foi quando ele iniciou
Sozinho sem ter rival

Cedro este torrão Natal
De pessoas otimistas
Berço de muitos artistas
Que zelam o seu ideal
De um modo natural
Trabalham com perfeição
Na saúde e educação
É na arte e na cultura
No comércio ou agricultura
Se encontra a profissão

Aqui qualquer cidadão
Vive em paz sem fazer guerra
São todos filhos da terra
Que lutam pela razão
Para haver religião
José de Lima foi eleito
1º padre foi aceito
Pra dar início à matriz
E José Gabriel Diniz
Foi o primeiro prefeito

Peço com muito respeito
Pra festejar esta data
Cedro já foi uma mata
Porém hoje está no jeito
É o amigo do peito
Dos filhos desta cidade
Que lutam, com honestidade
Porque são inteligentes
E lá fora os filhos ausentes
Guardam no peito a saudade

Eu peço à comunidade
Que não desprezem a cultura
Que é o dom da criatura
Que tem criatividade
Trabalha sem vaidade
Tem a mente otimista
Seja músico ou repentista
Fazendo verso ou canção
Deus preparou a mansão
Pra dar de graça ao artista

Cedro, tu estás na lista
De cidade hospitaleira
Garanto foi a primeira
Que nasceu sem ser racista
Foi linda a tua conquista
Sem orgulho, sem vaidade
Mas existe uma verdade
Deste assunto não arredo
Se não fosse o pé de Cedro
Que nome tinha a cidade?