Movimentos fortalecem jornada de luta anti-imperialista continental

Para lembrar os 10 anos da vitória dos povos sobre a Alca (Aliança de Livre Comércio das Américas), representantes dos movimentos sociais se reuniram na última quarta-feira (7) no Sindicato dos Engenheiros na capital paulista e realizaram o ato de lançamento nacional da Jornada Continental de Luta Anti-imperialista no Brasil.

Lançamento da Jornada de Luta Anti-imperialista em São Paulo - Roberto Parizotti

O encontro contou com a participação do dirigente nacional do MST, João Pedro Stédile, que iniciou o debate sobre os desafios atuais da luta anti-imperialista. A CTB realizou em 3 de outubro, dia do aniversário da Federação Sindical Mundial (FSM), um Ato Mundial Anti-imperialista, que contou com a participação de representantes de 42 países da América, África, Ásia e Europa.

Stédile fez uma retrospectiva da luta de classes no continente e pontuou elementos que explicam a complexa situação vivida em toda a região. Segundo ele, com a crise internacional do capitalismo, os Estados Unidos retomaram a ofensiva econômica sob os países da América do Sul, além disso o monopólio midiático e a ofensiva dos serviços de espionagem sobre os países são os métodos utilizados para atacar os governos progressistas e de esquerda na região.

Ele expressou que mecanismos unitários como a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) são necessários para combater o imperialismo. “A 2ª derrota da Alca foi a construção destes dois blocos que enterraram a OEA”, informou.

Para ele, é preciso haver mais mobilização popular para avançar sob as atuais ameaças de golpe e retrocesso nos países da América Latina e Caribe. “Nossa tarefa principal é o trabalho de base e a formação política, pois não houver ascenso da massa nós vamos ser derrotados pelo império”, alertou.

Em nome da CTB, o secretário de Políticas Sociais, Rogério Nunes, recordou que há cinco séculos os povos estão sendo explorados e dizimados de suas terras. “Hoje estamos em outro patamar de luta, temos consciência de que é preciso construir uma nova alternativa para resistir a esta nova onda conservadora que se espalha pelo continente”, declarou o cetebista.

Durante as falas da mesa, coordenada pela assessora da CTB, Márcia Viotto, e pela coordenadora da Articulação Continental dos Movimentos Sociais da Aliança Bolivariana para os Povos da América (Alba), Paola Estrada, a plateia também fez intervenções com palavras de ordem em defesa da unidade dos povos e do bolivarianismo.

Representando a Federação Sindical Mundial (FSM), Wagner Fajardo, afirmou que “o imperialismo é nosso principal inimigo” e que com as vitórias de governos progressistas e de esquerda, após a ascensão de Hugo Chávez, na Venezuela, a região se tornou exemplo para outros países e que é preciso manter as conquistas.

O evento contou ainda com a presença da cônsul-geral de Cuba em São Paulo, Nélida Hernández Carmona, e do representante do consulado da Venezuela, Robert Torrealba.

A cubana lembrou-se da resistência do país ao imperialismo e celebrou a retomada do diálogo diplomático entre a ilha caribenha e os Estados Unidos. “Eles tiveram que admitir nossa vitória e baixar a cabeça”, assim como Torrealba, que agradeceu a solidariedade à Venezuela.

Os participantes assistiram um vídeo que lembrou a Cúpula dos Povos em Mar del Plata, na Argentina, onde a Alca foi enterrada. A atividade contou com a apresentação musical de Pedro Munhoz e Cícero do Crato.

Participaram do lançamento: Secretaria Operativa ALBA Movimientos – Brasil, CTB, CUT, MST, Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), UNE, Central de Movimentos Populares (CMP), Consulta Popular, Centro Brasileiro de Solidariedade e Luta pela Paz (CEBRAPAZ), Juventude do PT (JPT- São Paulo), Coordenação Nacional de Entidades Negras (CONEN), Marcha Mundial das Mulheres (MMM), Levante Popular da Juventude entre outras.