Líder de terroristas na Síria conclama a matar russos

O líder do grupo terrorista Frente al-Nusra, uma filial da Al-Qaida na Síria, apelou aos jihadistas do Cáucaso a "matar russos" por razão dos ataques aéreos que a Rússia realiza na Síria. A declaração foi feita por Abu Mohammad al-Jolani.

Terroristas do Estado Islâmico percorrem as ruas de cidade ao norte da Síria

Ao mesmo tempo, nesta terça-feira (13), vários morteiros atingiram a embaixada russa em Damasco durante uma manifestação em apoio à operação das Forças Aéreas russas.

“Se o exército russo mata pessoas da Síria, matemos os russos. Se matam os nossos soldados, matemos os seus. Olho por olho”, disse Abu Mohammad al-Jolani em uma gravação divulgada na tarde da segunda-feira (12).

Segundo ele, a operação de Moscou iniciada em 30 de setembro, terá consequências terríveis: “A guerra na Síria fará os russos esquecer os horrores que aconteceram com eles no Afeganistão. […] Eles serão abatidos, com a permissão de Deus, por entrarem na Síria”.

Al-Jolani também ofereceu “3 milhões de euros (US $ 3.4 milhões) à pessoa que eliminar Bashar al-Assad [o presidente sírio] e acabar a sua história.”

O líder dos terroristas sublinhou que pagará o montante mesmo a um membro da família de Assad que o mate.

A Rússia iniciou ataques localizados contra as posições do Estado Islâmico na Síria em 30 de setembro, a pedido do presidente sírio Bashar al-Assad. Segundo os dados mais recentes, as Forças Aeroespaciais russas realizaram, desde o início da operação, cerca de 140 missões contra as posições dos terroristas, nomeadamente postos de comando, campos de treinamento e arsenais.

Além disso, os navios da Frota do Mar Cáspio lançaram 26 mísseis de cruzeiro contra os territórios controlados pelos jihadistas. A precisão de ataque é de cerca de 5 metros. Os alvos dos ataques são estabelecidos com base nos dados de reconhecimento russo, sírio, iraquiano e iraniano.

Nesta terça, a embaixada russa situada em Damasco foi alvo da ação dos terroristas, que dispararam morteiros contra um grupo de apoiantes do governo estava reunido próximo do prédio da embaixada para agradecer a Moscou pela operação contra o Estado Islâmico.

Segundo meios de comunicação russos, todos os membros da missão diplomática estão sãos e salvos. “Duas granadas de morteiro atingiram a embaixada russa em Damasco. Os membros da missão diplomática não ficaram feridos”, disse um funcionário da embaixada.

Uma testemunha disse à agência RIA-Novosti que alguns projéteis atingiram a área perto do local onde estava sendo realizada uma manifestação pacífica de apoio à operação russa na Síria.

“Dois projéteis de morteiros atingiram o local onde se realizava a manifestação de apoio às ações russas na Síria. Um dos projéteis atingiu a zona exterior do clube de esporte de al-Barada, o outro em al-Adawi [distritos]. Algumas pessoas foram feridas. O local foi cercado”, disse a testemunha.

Na terça-feira (13), o ministro das Relações Exteriores russo Serguei Lavrov classificou os ataques realizados contra a embaixada russa em Damasco como atentado.

“Quanto aos ataques contra a nossa embaixada em Damasco, na verdade, as informações foram confirmadas pelo nosso embaixador. Dois morteiros atingiram o território da embaixada…É um ataque terrorista evidente, destinado, provavelmente, a aterrorizar os apoiantes do combate contra o terrorismo e a não lhes permitir dominar na luta contra os extremistas”, afirmou Lavrov.

O embaixador sírio na Rússia, Riad Haddad, confirmou que as missões aéreas são realizadas contra organizações terroristas armadas, e não contra grupos da oposição política ou civis. Além disso, segundo ele, em resultado da operação da Força Aérea russa, já foi destruída cerca de 40% da infraestrutura do Estado Islâmico.