Comunicação em quadrinhos, Julian Assange vira personagem de Asterix

Não há dúvidas de que o valor da informação é uma das grandes questões deste século. Não à toa o idealizador do site Wikileaks, Julian Assange, se tornou um “vilão” aos olhos dos Estados Unidos quando ousou quebrar as regras (e o sigilo) do imperialismo e alertar a população mundial sobre os riscos existentes em mecanismos de transmissão de informação aparentemente seguros.

Por Mariana Serafini

Didier Conrad e Jean-Yves Ferri - Reuters

É com este mote que os personagens de Asterix vão viver aventuras relacionadas ao mundo da comunicação na próxima edição do HQ. Asterix e o Papiro de César chega ao público em todo o mundo simultaneamente no dia 22 deste mês, já traduzido em 20 idiomas.

Julian Assange, que ainda não sabe da homenagem devido à dificuldade de ser contatado em seu asilo na embaixada do Equador em Londres, inspirou o mocinho Superpolemix. O jornalista vai encarar o vilão Promocionus, uma espécie de “novo assessor” de Júlio César, inspirado no publicitário francês Jacques Séguéla.

O anúncio da nova edição foi feito nesta segunda-feira (12), em Paris, por meio de uma coletiva de imprensa em plena Torre Eiffel, com os novos autores Jean-Yves Ferri (roteirista) e Didier Conrad (ilustrador). O evento contou com a presença do criador do quadrinho, Albert Uderzo – aposentado em 2010 – e da filha de seu colega René Goscinny, Anne Goscinny.

Durante a coletiva os criadores revelaram que a ideia inicial era chamar o personagem inspirado em Assange de Wikilix, mas, por fim, acharam “muito óbvio”. O jornal onde Superpolemix trabalha se chama Matin de Lutèce. Outro a integrar a história é o Le Mundus, mas os criadores garantiram que não tem nenhuma relação com o diário francês Le Monde.

A primeira edição lançada sob a criação dos novos roteiristas foi em 2013, Asterix entre os Pictos, vendeu 2,4 milhões de cópias na França e 4 milhões ao redor do mundo.

Até hoje foram lançados 35 álbuns que venderam 350 milhões de exemplares e inspiraram 11 adaptações para o cinema – oito animações e três filmes –, além de jogos, brinquedos e um parque temático. As histórias já foram traduzidas para 83 idiomas e 29 dialetos, são bastante populares em países da Europa, América Latina, África e Ásia, além da Austrália, Nova Zelândia e Canadá. Estranhamente os personagens gauleses ainda não conquistaram os leitores dos Estados Unidos e Japão.

Assista ao teaser de Asterix e o Papiro de César