Mato Grosso realiza etapa da Conferência da Juventude

Por conta desse desrespeito e descaso o governador Pedro Taques (PSDB) teve a resposta que merecia, sendo “agraciado” com duas moções de repúdio: a primeira, em virtude da demora em convocar a etapa estadual e a segunda, aprovada por unanimidade, contra sua nova política educacional de “fechamentos de EJAs, escolas estaduais no interior e cursos da UNEMAT”.

Conferência Juventude MT - Miranda Muniz

 Ontem, terça-feira, foi realizada a etapa estadual preparatória para a 3ª Conferência Nacional da Juventude, a qual reuniu cerca de 100 delegados e delegas de todas as regiões do Estado de Mato Grosso.

A 3ª Conferência Nacional foi convocada pelo Governo Federal e terá como pauta a discussão sobre vários eixos ligados às questões das políticas públicas para a Juventude, englobando participação, educação, trabalho, diversidade e igualdade, saúde, cultura, direito à comunicação, esportes e lazer, meio ambiente, território e mobilidade e segurança e paz.

Segundo vários organizadores da etapa estadual, houve inúmeros problemas relativos ao apoio político e logístico da etapa, notadamente pelo descompromisso do Governo Estadual, a começar pelo atraso em relação à sua convocação, responsabilidade do Governador Pedro Taques, e que quase inviabilizou sua realização. Os delegados eleitos nos polos não tiveram qualquer ajuda do governo estadual para viabilizar seus deslocamentos até a capital. Muitos tiveram que bancar suas próprias passagens ou tiveram que recorrer ao Instituto Federal de Educação, à UNEMAT e à UFMT.

Mas o descaso não parou por aí. Na mesa da solenidade de abertura não compareceu nenhuma autoridade de maior peso político (govenador, vice governador, secretários, secretários adjuntos, superintendentes, etc.). Apenas um assessor de 5º escalão da SETAS, o jovem Rafael Brunini, esteve presente.

Por conta desse desrespeito e descaso o governador Pedro Taques (PSDB) teve a resposta que merecia, sendo “agraciado” com duas moções de repúdio: a primeira, em virtude da demora em convocar a etapa estadual e a segunda, aprovada por unanimidade, contra sua nova política educacional de “fechamentos de EJAs, escolas estaduais no interior e cursos da UNEMAT”.

Além dessas duas moções em repúdio ao governador Taques, os delegados e delegadas presentes ainda aprovaram outras moções, entre as quais podemos destacar: a) De repúdio aos deputados estaduais e vereadores que excluíram do Plano Estadual e dos Planos Municipais de Educação as questões ligadas à discursão de gênero, raça e orientação sexual; b) Em repúdio à Assembleia Legislativa pela sustação do Decreto que instituía o Conselho Estadual de pessoas LGBT; c) Contra as PECs 395/14 (que permite a cobrança de cursos de pós-graduação nas instituições públicas) e 315/13 (que transfere ao Congresso Nacional a responsabilidade pela demarcação das terras indignas); d) Contra a redução da maioridade penal; e) Contra o Estatuto da Família proposto pelo deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que reduz o conceito de família apenas a formada pela relação homem-mulher; f) Em apoio ao Estatuto da Família do Século 21, proposta pelo deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), que incorpora outras formas de família; g) Contra a iniciativa do governo estadual em extinguir cursos de alfabetização nos assentamentos rurais do MST, etc.

No final, foram eleitos 19 delegados e delegadas que irão representar Mato Grosso na etapa nacional que será realizada entre os dias 16 a 19 de dezembro de 2015 em Brasília.

Colaboração: Vinícius Brasilino e Miranda Muniz