Petroleiros entram na Justiça contra venda de ações da Gaspetro

Para os petroleiros, a venda da Mitsui Gás e Energia do Brasil, anunciada após reunião do Conselho de Administração da Petrobras no último dia 23, rompe com o modelo de integração vertical necessário à empresa e não se justifica sob a lógica do preço de mercado.

“Os números da proposta de venda também são complicados, pois em dois anos e meio você consegue reaver o que vai ser investido”, disse o coordenador-geral da FUP, José Maria Rangel. a categoria considera a venda suspeita porque o presidente licenciado do Conselho de Administração da Petrobras é presidente da Vale e a Mitsui tem participação na mineradora.

Os petroleiros também afirmam que a medida também será prejudicial para a integração da Petrobras nos vários setores de energia em que ela atua. “A Petrobras atua em todas as linhas: produção, exploração, distribuição, refino e venda. Então, quando se vende parte da Gaspetro, está se abrindo mão de um segmento importante, que é a malha de gás.”

Rangel também considera que venda de parte da Gaspetro é lesiva ao país. “Não tenha dúvidas. Os números do negócio demonstram isso. Pega o preço que está sendo vendido e em dois anos e meio se recupera o que está sendo investido. Isso vai causar para a Petrobras uma perda em seu faturamento na ordem de R$ 1 bilhão. É um 'negócio da China', bem abaixo do preço de avaliação do banco JP Morgan, para quem os 49% das ações significam R$ 5 bilhões.”

Na ação, os petroleiros pedem a paralisação da venda da Gaspetro, sob pena de multa diária de R$ 1 milhão, em caso de descumprimento. Além disso, a ação cobra a íntegra de todas as atas do Conselho de Administração da estatal, a partir de março de 2015, bem como os estudos prévios relativos à venda de parte do capital da Gaspetro.