Dia 13: Frente Brasil Popular em marcha por agenda progressista
Como salientou o sociólogo português, Boaventura Santos: “A rua é o único lugar público que não está colonizado pelos mercados financeiros”. Neste sentido, 66 entidades do movimento social que compõem a Frente Brasil Popular, incluindo a CTB, CUT, UBES, UNE, MST, entre outras, realizam marcha em Brasília, dia 13 de novembro, por uma agenda que garanta a retomada do desenvolvimento, a defesa da democracia, reformas estruturantes e mais direitos.
Publicado 04/11/2015 17:58
Enquanto a oposição conservadora – na política do quanto pior melhor – tenta ditar a agenda do retrocesso, com pautas no Congresso Nacional que retiram direitos e garantias constitucionais das mulheres, jovens, negros e indígenas, os movimentos sociais e partidos de esquerda ocupam as ruas para apontar uma alternativa que assegure as conquistas e promova avanços.
O ato central será em Brasília, na Esplanada dos Ministérios, mas os organizadores informam que serão realizadas panfletagens e mobilizações em diversas cidades em todo o país. A manifestação soma-se as atividades programadas pelo 41º Congresso da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), que acontece entre os dias 12 a 15 de novembro em Brasília. A marcha já estava na programação do Congresso e a Frente decidiu incorporar-se ao ato.
Reformas
Entre os pontos defendidos pela Frente está a realização de reformas estruturantes, como a reforma política, agrária e a urbana. Outra bandeira é a democratização dos meios de comunicação.
Sobre a economia, as entidades defendem mudanças profundas que sejam capazes de promover a industrialização e valorização do trabalho e da renda, com o rompimento das amarras estabelecidas pelo sistema financeiro, como o superavit primário para pagamento de juros, que representam menos investimentos para a saúde, a educação e a infraestrutura.
Defesa da Petrobras
A manifestação também vai apoiar o movimento grevista dos petroleiros, iniciado dia 1º de novembro. Para as entidades, a estatal é crucial para assegurar a soberania do país, interesse ameaçado por projetos apresentados no Congresso por parlamentares tucanos, que tentam privatizar a empresa pública para atender aos interesses do capital internacional.
O ato reafirma ainda a unidade de ação da Frente no enfrentamento ao golpismo. Recentemente, o ex-presidente Lula fez questão de salientar que os movimentos sociais têm cumprido um papel determinante na defesa da democracia.
O propósito da Frente é retomar a agenda do desenvolvimento com inclusão social, geração de emprego e renda por meio do debate nas ruas, criando consensos em torno de propostas que ajudem a construir um Projeto Nacional para o Brasil.
O coordenador Nacional do Movimento Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, sintetiza: “A pauta é uma só, defender o Brasil. E isso só será possível se as forças populares forem constituindo frentes, alianças que não tiram as especificidades de cada movimento, porém aglutinando aquilo que é fundamental para alterar a correlação de forças, que é a mobilização popular”.