São Paulo sedia Fórum de Desenvolvimento Econômico Inclusivo

Acontece nesta quinta-feira (5), em São Paulo,  o 2º Fórum de Desenvolvimento Econômico Inclusivo, que reúne autoridades públicas e representantes do setor privado para a criação de projetos conjuntos e promoção de ações afirmativas e de um desenvolvimento mais inclusivo em São Paulo.

Fórum de Desenvolvimento Econômico Inclusivo

O evento é uma iniciativa da Secretaria Municipal de Promoção da Igualdade Racial (SMPIR) em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e o objetivo é contribuir para um desenvolvimento socioeconômico mais igualitário na cidade de São Paulo por meio da criação de mais oportunidades para a população afrodescendente.

A iniciativa busca fomentar políticas inclusivas e estimular empresas para a criação de ações afirmativas em sua gestão interna e em suas relações com stakeholders externos. O Fórum também pretende promover uma articulação entre empresas, empreendedores afrodescendentes e representantes do poder público para a ampliação da oferta de empregos e a criação de novos negócios.

O lançamento do Fórum ocorreu em 2014 e reuniu diversos representantes do setor público e privado, de organizações do terceiro setor e da academia. No evento, foi divulgado o relatório “Igualdade Racial em São Paulo: Avanços e Desafios”.

A segunda edição ocorre nos dias 4 e 5 de novembro de 2015, com o tema “Investindo na igualdade de oportunidades para descobrir talentos”. O foco estará na criação de soluções para facilitar o acesso da população afrodescendente às oportunidades já existentes e para apoiar empregadores na criação de vagas e na identificação e recrutamento de talentos normalmente excluídos do mercado formal.

De acordo com o relatório “Igualdade Racial em São Paulo: Avanços e Desafios”, que utiliza dados do Censo 2010 do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, os afrodescendentes constituem 37% da população do município de São Paulo. O relatório também indica a existência de desigualdades sociais e raciais em diversas áreas, como educação, renda e trabalho.

Por exemplo, do total de estudantes que declararam haver concluído o ensino superior, 84,4% eram brancos, e apenas 15,6% eram negros. Já no mercado de trabalho, a taxa de desocupação era de 6,3% entre brancos e 9,1% entre afrodescendentes.

Para mulheres negras, essa taxa era ainda maior: 11,3%. As diferenças raciais são ainda maiores para jovens de 15 a 24 anos. Entre os jovens de cor branca, o desemprego estava em 14,7%, subindo para 18,8% entre negros e 22,3% entre jovens negras mulheres. No mesmo ano, o rendimento médio de homens brancos era mais que o dobro do que o de homens negros, enquanto mulheres brancas ganhavam quase três vezes mais que as afrodescendentes.

Os índices são fruto do atual modelo de desenvolvimento que acaba reproduzindo as desigualdades sociais e raciais, e faz surgir a necessidade de se pensar alternativas socialmente inclusivas e economicamente sustentáveis. O aumento da diversidade nas instituições que geram emprego e renda é uma ferramenta poderosa para a superação dessas diferenças.Hoje, dezenas de empresas adotam políticas afirmativas, que se estendem também a mulheres, LGBTs e portadores de necessidades especiais. As multinacionais representam mais de 90% das organizações que adotam essas políticas.

Em 2014, o setor público federal implementou cota de 20% para negros nos concursos públicos federais. O mesmo já havia sido feito em 2013 pela Prefeitura de São Paulo por meio da Lei nº 15.939/13. Nos últimos dois anos, mais de 1.000 servidores entraram na Prefeitura por meio das cotas e em posições estratégicas, como procuradores, contadores, professores e auditores fiscais.

O São Paulo Diverso tomou a iniciativa de promover o diálogo entre os três setores diretamente envolvidos nessas políticas: o produtivo, o acadêmico e o público. Além disso, comprometeu-se a divulgar os benefícios que essas medidas trazem para a economia e sustentabilidade das empresas e, consequentemente, para o desenvolvimento econômico.

O Fórum surgiu para equacionar as dificuldades e proporcionar fluidez na implementação das políticas inclusivas no Brasil, oferecendo debates que são interações efetivas entre setores da indústria, do comércio, dos movimentos sociais e de instituições públicas, e que consolidam a importância do tratamento racial igualitário no mercado de trabalho.

Serviço:
Local: Auditório Elis Regina – Anhembi – SP
Horário: das 9 às 18 horas
Promoção: Prefeitura Municipal de São Paulo/SMPIR – Secretaria Municipal de Promoção da Igualdade Racial & BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento