Agência bancária de Caucaia é fechada por falta de segurança

Por falta de segurança e para garantir que os bancários tivessem atendimento psicológico e médico mínimo necessário, muitos ainda estão em estado de choque, a agência do Bradesco, em Caucaia, foi fechada na última quinta-feira (05/11), pelo Sindicato dos Bancários do Ceará (SEEB/CE).

Essa agência foi alvo de um assalto gravíssimo na quarta-feira (04), quando bandidos abordaram um cliente que havia feito saque de grande quantia de dinheiro. Na ação conhecida como “saidinha bancária”, o cliente foi morto no interior da unidade, havendo ainda troca de tiros com os vigilantes.

Os dirigentes do Sindicato, após reunião com os funcionários, ainda assustados com a ação dos bandidos no dia anterior, paralisaram as atividades da unidade e conversaram com os inúmeros clientes a espera da abertura da agência. Os sindicalistas explicaram a situação dos funcionários, ainda abalados com o assalto, em atendimento psicológico e médico, seguindo orientação do Sindicato, para evitar sequelas posteriores. Os clientes aplaudiram e apoiaram a iniciativa do Sindicato em fechar a agência, em solidariedade aos bancários.

“A inexistência de segurança nas agências bancárias de Caucaia deve-se a falta da aprovação do Estatuto de Segurança Bancária, proposto pelo Sindicato à Câmara Municipal desde 2013, a exemplo do aprovado pelos vereadores de Fortaleza, onde virou lei. Também lamentamos a postura da direção do Bradesco, que queria abrir a agência, por entender que o acontecido foi externo. O assalto foi dentro da agência e os bancários ficaram expostos. Lamentamos essa falta de sensibilidade do Bradesco”, disse Robério Ximenes, diretor do SEEB/CE.

Segundo Bosco Mota, diretor do Sindicato “nossa conversa com os bancários foi de orientação para que procurem assistência médica e psicológica, e foi importante fechar a agência, para que esse atendimento fosse feito aos trabalhadores, ainda abalados com o assalto. Não houve reação negativa dos clientes e até os mais idosos apoiaram o fechamento da agência nesse dia”.

O diretor do Sindicato, Marcos Francelino, lembrou que as saidinhas tem sido cada dia mais frequentes, onde o cliente é o mais atingido diretamente. "As quadrilhas estão se voltando para o Interior, onde é maior a questão da insegurança, tanto pública como nos bancos. Hoje, nos grandes municípios, como Caucaia, os clientes ficam expostos ao utilizar os caixas das agências, onde não há biombos para protegê-los na hora do saque", completou.

Sindicato cobra Estatuto de Segurança em Caucaia

Ainda na quinta-feira, dia 5/11, os diretores do Sindicato foram recebidos pelo presidente da Câmara Municipal de Caucaia, vereador Silvio de Alencar Martins, que cedeu o uso da Tribuna da Casa, ao dirigente sindical Gabriel Motta, funcionário do Bradesco. O sindicalista lembrou a audiência solicitada pelo Sindicato dos Bancários do Ceará, no dia 25 de junho de 2013, quando levou aos vereadores de Caucaia a proposta de criação do Estatuto de Segurança Bancária naquele município, a exemplo do que já existe em Fortaleza.

Na época, os vereadores anunciaram estudo para criação de projeto de lei sobre segurança nas agências bancárias. A proposta na época foi bem aceita pelos vereadores, mas o projeto não saiu do papel.

“Estamos paralisando a agência do Bradesco para que os bancários possam ser atendidos, pois o nível de estresse é muito grande. Cobramos do banco mais segurança, mas também cobramos do Estado a segurança pública e cobramos do Poder Legislativo a aprovação do Estatuto de Segurança Bancária nos municípios. Uma lei que não garante que não tenha mais assalto, mas que evita muito, principalmente a saidinha bancária. Em Fortaleza, o número de saidinhas diminuiu significativamente após o Estatuto de Segurança Bancária ser aprovado como lei" ,disse Gabriel Motta, diretor do Sindicato.

"Em Caucaia, o Poder Legislativo não aprovou o Estatuto Municipal de Segurança Bancária, o que é um prejuízo enorme e que pessoas pagam com a própria vida. Se essa lei municipal existisse em Caucaia, talvez tivesse evitado essa morte, essa tragédia”, concluiu o dirigente.

Fonte: SEEB/CE