Alckmin agora culpa a chuva por problemas em obra contra a seca

Mais uma vez se equivando de assumir sua responsabilidade na grave crise hídrica que assola o Estado, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) resolveu agora culpar a chuva pelos atrasos em uma obra contra a seca. Se antes ele apontava a falta de chuva como única causa do desabastecimento de água, agora ele diz que o excesso dela é que atrapalha a transposição de água da Represa Billings para o sistema Alto Tietê.

Transposição Alto Tietê

De acordo com o governador, a interligação dos sistemas Rio Grande e Alto Tietê, principal obra contra a crise hídrica na região metropolitana neste ano, estará operando em sua capacidade total até o fim de novembro. A obra foi inaugurada em setembro, mas até agora opera apenas com 25% da capacidade. 

"Nós teremos até o final deste mês a transferência do Rio Grande para o Taiaçupeba com seu resultado pleno. Atrasou um pouco em razão das chuvas, aliás é ótimo que quanto mais chover melhor, mas é evidente que chovendo dificulta as obras que ainda precisavam ser feitas", afirmou Alckmin.

Ao todo, o Estado investiu R$ 130 milhões no projeto que, caso produzisse toda a água para que foi projetada, atenderia até 300 mil pessoas que hoje sofrem com os efeitos do racionamento, que o governo classifica como "redução de pressão" na zona leste da capital e na Grande São Paulo.

A obra de transposição enfrenta uma série de problemas desde o início. A própria cerimônia de inauguração precisou ser adiada por vazamentos inesperados nas tubulações. Duas semanas após a entrega, a transposição precisou ser paralisada porque causava o assoreamento de um rio em Ribeirão Pires, no ABC paulista. Ainda em outubro, a medida emergencial foi embargada após inundações em ruas e fábricas da cidade. A Defesa Civil do município teve que interditar três casas.