"Rússia, China e Irã não ameaçam a ninguém", diz especialista dos EUA

As ações e a retórica dos responsáveis da Otan e do Pentágono indicam que as duas estruturas militares agem a partir de um preconcebido: o de que Moscou, Pequim e Teerã promovem os seus interesses de forma agressiva e ameaçam o bloco, enquanto na realidade não fazem isso, destaca o autor norte-americano Stephen Lendman.

Vista aérea do Pentágono

“Os únicos exemplos de [agressões] atuais, se calhar planejadas, são as iniciadas pela Otan liderada pelos EUA e por Israel. A Rússia, China e o Irã não ameaçam a ninguém. Moscou acusa Washington de forma justificada de ser uma nação agressiva, no Oriente Médio, na Europa e em muitos outros lugares”, sublinha na sua matéria no portal The Peoples Voice.

O artigo de Lendman foi publicado depois de se tornar público que a liderança militar norte-americana quer reforçar a presença de tropas norte-americanas na Europa, em regime de rotação, e participar de mais treinamentos militares para conter a Rússia. Espera-se que a decisão seja tomada nos próximos meses.

O especialista opina que as implicações destas decisões podem ser muito negativas. Ao contrário do que dizem os oficiais militares norte-americanos, o aumento da presença militar na Europa não ajuda a fortalecer a segurança e a estabilidade na região.

“O aceno para uma ameaça russa que não existe, combinada com ações provocatórias, aumentam a ameaça de confrontação direta entre o Ocidente e o Leste”, avisou o especialista.

Todavia, é pouco provável que venha a haver uma mudança nas posições do general Philip Breedlove, o comandante supremo dos Aliados da Otan, ou do general Mark Milley, o chefe do Estado Maior do Exército dos EUA, mesmo que não sejam apoiadas por fatos.

“Os oficiais do Departamento da Defesa e os comandantes do Pentágono são apoiantes da política militarista. As críticas à Rússia continuam sem cessar. Breedlove afirma que a cooperação com Moscou significa aceitar a sua agenda sobre a Ucrânia que, para Breedlove, é agressiva. Ora, as evidências mostram que todos os esforços possíveis para resolver o conflito diplomaticamente são diametralmente opostos à política norte-americana”, afirma Lendman.