Ataques em São Paulo e no Distrito Federal apontam para intolerância

Em um período de 24 horas nesta semana, um terreiro religioso de matriz africana em Brasília e a sede da confederação nacional dos Metalúrgicos da Central Única dos Trabalhadores (CUT), em São Bernardo do Campo (SP), foram vítimas de incêndio e depredação, respectivamente. O terreiro Axé Oyá Bagan ficou completamente destruído.

Ataque a terreiro de matriz africana no Distrito Federal - Correio Brasiliense

O incêndio no terreiro Axé Oyá, conhecido como Casa da Mãe Baiana, aconteceu na madrugada desta sexta (27). A casa religiosa fica em uma chácara no Núcleo Rural Córrego do Tamanduá, entre as regiões do Lago Norte e do Paranoá. Foi realizada perícia no local e o resultado deve ser divulgado em 30 dias.

Em outubro e em setembro também foram registrados ataques a terreiros em Goiás, nas cidades de Santo Antonio do Descoberto e Águas Lindas de Goiás. De acordo com a Coordenação de Enfrentamento ao Racismo da Secretaria Especial da Promoção da Igualdade Racial (Sepir), aconteceram em 2015 mais de 10 crimes contra centros religiosos de matrizes africanas no Distrito Federal.

São Paulo

“Esperamos que esse atentado não seja fruto da intolerância e do ódio contra instituições democráticas e representativas que lutam para assegurar igualdade de direitos e justiça social”, disse o presidente da CNM/CUT, Paulo Cayres. 

O ataque aconteceu na madrugada da quinta-feira (26) e destruiu a fachada de vidro da sede. A direção da entidade preservou o local até a chegada da perícia. A sede possui câmeras de segurança e as imagens serão disponibilizadas para a investigação.

“Vamos exigir a apuração séria, até que os responsáveis por este ato covarde sejam punidos. O Brasil e sua população não podem ficar reféns daqueles que não sabem conviver com quem não quer o retrocesso e atitudes golpistas”, ressaltou Cayres.