Polícia incendeia moto de trabalhador e ataca manifestantes com bomba

O nível de truculência da Polícia Militar de São Paulo a cada dia se supera mais. Manifestações que ocorreram na manhã desta quinta-feira (3) foram dispersadas com o uso da violência. No ato contra o fechamento das escolas que ocorria na Avenida São João, região central da capital paulista, policiais atearam fogo na moto de um trabalhador. 

Polícia incendeia moto de trabalhador e ataca manifestantes com bomba

Quatro atos ocorreram simultaneamente na capital paulista. Os estudantes, que há mais de um mês ocupam as escolas contra o plano privatista de Alckmin, intitulado de reorganização escolar, estão saindo às ruas para denunciar à sociedade o desmonte educacional que se intensifica cada dia mais e chegou ao seu ápice com a proposta anunciada pelo governo estadual em outubro em encerrar as atividades em 92 colégios.

Em uma manifestação que ocorria na Avenida Faria Lima nesta manhã, região oeste da capital paulista, os policiais obrigaram os estudantes do colégio Fernão Dias a se retirarem da via em que promoviam o ato, usando bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo.

As marginais Pinheiros e Tietê também foram ocupadas.Três estudantes foram presos. No total, já são 9 jovens detidos em manifestações durante a semana. 

Estudante ferido em manifestação na Faria Lima

O uso das bombas também ocorreu em uma manifestação pacífica que ocorria na Avenida São João, região central da cidade de São Paulo. Além disso, os policiais atearam fogo na moto de um trabalhador que passava no local durante o ato.

Assista ao vídeo abaixo que mostra o momento do incêndio 

 

PM REPRIME PROTESTO PACÍFICO E TACA FOGO EM MOTO DE TRABALHADOR!Moto de trabalhador é incendiada por uma das bombas de efeito moral da polícia! O ato pacífico de estudantes na Av. São joão foi dispersado na base da truculência.Enquanto o governo vai pra pra guerra, os estudantes vão pra luta!

Posted by O Mal Educado on Quinta, 3 de dezembro de 2015


Na zona sul da cidade, centenas de estudantes ocuparam o terminal Santo Amaro, uma das principais vias de circulação da cidade. O estudantes, após o ato, se dirigiram ao Largo 13, que fica próximo ao terminal, e montaram a sala de aula no local.

Indícios de excesso de violência preocupam Ministério Público

Em nota emitida nesta quarta-feira (3), o promotor de justiça Faustinone e Silva, do Grupo Especial de Educação, informa que está analisando o decreto publicado nesta terça-feira (1º) pelo governo paulista que autoriza a transferência de professores para a implementar a reforma, além das informações colhidas no inquérito civil instaurado para apurar a reforma educacional. Silva diz que tomou a decisão ao constatar que o governo estadual vai levar adiante o projeto.

O promotor manifesta preocupação com as notícias de uso da força nas escolas ocupadas por estudantes que são contra a reorganização e diz que “analisa medidas que possam garantir solução para o conflito, evitando consequências mais gravosas”.