Um terço dos eleitos para comissão responde a ações criminais no STF

Dos 61 deputados eleitos para integrar a comissão do impeachment em uma votação questionada pelo PCdoB e suspensa por uma liminar do Supremo Tribunal Federal (STF), pelo menos um terço é alvo de acusações no STF.

Paulinho da Força e Cunha

De acordo com levantamento divulgado pelo site Congresso em Foco nesta quarta (9), ao menos 20 parlamentares integrantes da chamada "chapa avulsa" – que venceu a eleição reunindo a oposição golpista e dissidentes da base governista – respondem a inquéritos (investigações preliminares) ou ações penais (processos que podem resultar em condenação) no Supremo.

A eleição, que aconteceu nesta terça (8), foi por voto secreto, contrariando o regimento interno da Câmara e a Constituição, e permitiu a indicação desta chava avulsa, cujos membros não foram indicados pelos líderes partidários, como também previa o regimento. Por causa das irregularidedes, o PCdoB apresentou um recurso no Supremo, que findou por suspender liminarmente a instalação da comissão. 

Crimes de responsabilidade – como os que a oposição tenta atribuir à presidenta Dilma –, corrupção, lavagem de dinheiro, crimes eleitorais e contra a Lei de Licitações são algumas das suspeitas que se repetem contra esses parlamentares. Entre os investigados, 14 foram ecolhidos titulares e seis, suplentes na comissão. Segundo o Congresso em Foco, a relação dos membros ficha suja, por asism dizer, é encabeçada pelo PSDB, com seis nomes, seguido pelo PP, com quatro. Na sequência, aparecem o PMDB, o PSD e o SD, com dois cada. PSC, PTB, PPS e PSB têm um nome cada.

Entre os indicados, há três deputados do PP investigados na Operação Lava Jato. Jerônimo Goergen (RS) e Luiz Carlos Heinze (RS), que serão titulares, e Roberto Balestra (GO), que atuará como suplente, são suspeitos de ter recebido dinheiro desviado da Petrobras. 

O site aponta ainda que alguns dos investigados já são réus. É o caso, por exemplo, do deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), que responde a ação penal por corrupção no Supremo. Presidente licenciado da Força Sindical e criador do Solidariedade, ele é acusado de desviar recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O deputado ainda é investigado em outros três inquéritos por peculato e corrupção passiva.

É este grupo que pretende conduzir o processo de impeachment contra uma presidenta legitimamente eleita, sobre quem não pesa nenhuma acusação. 

Confira abaixo a relação dos integrantes da comissão do impeachment que respondem a inquérito ou ação penal no STF:

PSDB – Titulares:
Nilson Leitão (PSDB-MT)
Rossoni (PSDB-PR)
Shéridan (PSDB-RR)
Suplentes:
Izalci (PSDB-DF)
Rocha (PSDB-AC)
Rogério Marinho (PSDB-RN)

SD – Titular:
Paulinho da Força (SD-SP)
Suplente:
Genecias Noronha (SD-CE)

PPS – Titular:
Alex Manente (PPS-SP)

PSC – Titular:
Pastor Marco Feliciano (PSC-SP)

PMDB – Titular:
Flaviano Melo (PMDB-AC)
Suplente:
Geraldo Resende (PMDB-MS)

PTB – Titular:
Benito Gama (PTB-BA)

PSD – Titular:
Delegado Éder Mauro (PSD-PA)
Suplente:
Silas Câmara (PSD-AM)

PP – Titulares:
Jair Bolsonaro (PP-RJ)
Jerônimo Goergen (PP-RS)
Luiz Carlos Heinze (PP-RS)
Suplente: Roberto Balestra (PP-GO)

PSB – Titular:
Danilo Forte (PSB-CE)