Na COP 21, Cida debate políticas públicas inovadoras de baixo carbono

"Estivemos por cinco dias na COP 21, Cúpula do Clima da ONU, onde apresentamos dois projetos do Recife e participamos de reuniões com várias instituições, encontros bilaterais onde foram discutidas políticas de baixo carbono da cidade, que é apresentada como uma experiência exitosa para outras cidades", disse a secretária de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Cida Pedrosa, ao avaliar a participação da capital em um dos maiores eventos sobre clima do planeta, realizado em Paris, França.  

Na COP 21, Cida debate políticas públicas inovadoras de baixo carbono - Inamara Mélo

Na avaliação da secretária, que representou o prefeito Geraldo Julio, a segunda-feira (7) foi um dos dias mais importantes da participação do Recife na COP-21.

"Participei do painel sobre as Estratégias de Desenvolvimento de Baixo Carbono e Cooperação Norte-Sul, quando seis prefeituras de países em desenvolvimento (Índia, África do Sul, Indonésia e Brasil) expuseram as soluções adotadas na luta contra o aquecimento do planeta. Mostramos o protagonismo do Recife na área de sustentabilidade, uma conquista que vem se consolidando nos últimos três anos com a ajuda do Iclei, organização ligada a ONU-Habitat, e ressaltamos a necessidade dos governos locais terem acesso a financiamentos", destacou Cida Pedrosa.

Agenda intensa

No mesmo dia, ela teve um encontro com a representante do Pnuma – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Na pauta, o financiamento pelo GEF (Global Environment Facility (Fundo Global para o Meio Ambiente) e pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCT) do projeto de implementação de trecho do Parque Capibaribe, jardins filtrantes, barco movido a energia solar, integração de área pobre e área rica e educação ambiental.

"Estamos falando de mudança de paradigma, de implementação de política pública inovadora de baixo carbono, de enfrentamento à mudança climática e isso não se faz sozinho. Se faz com parceiros, com muitos saberes. Com a clareza de que essa luta é global e faz parte da sobrevivência da humanidade. Estamos fazendo a nossa parte ao travar o debate, assumir compromissos e buscar o financiamento para promover ações que devem preparar o Recife para o enfrentamento às mudanças no clima, com forte impacto sobre o futuro da nossa cidade", explicou a secretária recifense.

A agenda de Cida na COP 21 incluiu ainda a participação na reunião em que foi apresentado pelo secretário de Saneamento do Recife, Alberto Feitosa, o projeto de Mapeamento de Áreas Críticas do Recife, no sábado (5).

Na sexta-feira (4), a secretária participou das comemorações pelos cinco anos da Plataforma Carbon, programa do Iclei para registro das iniciativas de cidades que adotam políticas de baixo carbono, quando compartilhou a experiência do Recife em um dos painéis realizados no Pavilhão das Cidades e Regiões.

“A apresentação dos nossos projetos na Plataforma TAP foi certamente uma grande divulgação. Os financiadores já buscam detalhes das iniciativas, como custos da obra, benefícios ambientais, capacidade de endividamento do município e outras informações bem aprofundadas. No decorrer da COP, nos reunimos com vários deles e temos boas expectativas”, disse ainda.

Acordo sobre o clima

Cida se disse otimista com relação aos resultados da conferência. " Nós estamos muito confiantes de que possamos ter um bom acordo sobre o clima que será celebrado ao final da cúpula. Em reunião da delegação brasileira, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, manifestou seu otimismo em relação ao final do acordo e sobre a possibilidade de se conseguir conter o aquecimento global. Afinal, todas as cidades precisam ter um futuro melhor e o Recife. que é uma cidade vulnerável. precisa que esse acordo saia a contento", disse.

O anúncio do acordo sobre o clima previsto para esta sexta-feira (11) foi adiado para amanhã, sábado (12). Cerca de 800 brasileiros, entre representantes do governo federal, de estados, municípios e ONGs, participaram da COP 21.

Projetos

O Parque Capibaribe é uma iniciativa da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade, desenvolvido em parceria com a UFPE. Ele prevê a construção de um corredor de 30 km para pedestres e ciclistas às margens do Rio Capibaribe, incluindo a recuperação de ambientes naturais. Será composto por passeios, ciclovias, passarelas, áreas verdes e de lazer. A princípio, ocupará as bordas de terra firme do rio, mas onde houver trecho obstruído, serão implantadas passagens aéreas sobre o leito do curso d’água.

Já o Mapeamento de Áreas Críticas do Recife é uma ação da Secretaria de Saneamento que irá resultar em um censo completo de 50 mil famílias residentes em 480 áreas de interesse social, distribuídas em 2.573 microrregiões, totalizando 4.460 hectares do território municipal. O trabalho vai analisar condições de infraestrutura urbana, renda familiar e moradia. Os dados coletados em campo subsidiarão a implantação do Programa de Saneamento Integrado, que inclui esgotamento sanitário, abastecimento de água, implantação de sistemas viários e de acessibilidade, contenção de encostas e recuperação de áreas degradadas.

Audicéa Rodrigues, com informações de Inamara Mélo e da Secretaria de Meio Ambiente do Recife.
Do Recife