Derrotado no STF, Aécio descarta Temer e Cunha e joga fichas no TSE
A cada passo na estratégia do “quanto por melhor” dos tucanos fica evidente que as alianças se formam em torno de um único objetivo: o poder. Para isso, os fins justificam os meios. Até a semana passada a grande mídia dizia que a cúpula do PSDB estava decidida a “apoiar e até encorajar, em alguns casos, Temer a trabalhar pelo impeachment”.
Publicado 21/12/2015 10:15
Agora, com a ação do Supremo Tribunal Federal (STF), que derrubou a manobra de outro aliado, Eduardo Cunha (PMDB) no rito do impeachment, o senador e candidato derrotado Aécio Neves (PSDB-MG), afirmou que o vice Michel Temer não é mais um aliado.
Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo desta segunda-feira (21), o presidente nacional do PSDB disse que os tucanos não devem "nem sequer pensar em cargos" em um eventual governo supostamente capitaneado por Temer.
Antes aliado, Aécio diz agora que o PMDB é “um parceiro permanente e ativo da gestão que fez o Brasil retroceder 20 anos”. Aécio segue o seu interminável inconformismo com a derrota nas urnas e afirma que espera uma nova eleição e, segundo ele, “voto faltará ao presidente Michel”, desdenha.
Apesar das sucessivas derrotas em seus intentos golpistas, Aécio disse: "Não se pode dizer qual será o caminho, se impeachment, cassação da chapa eleitoral ou renúncia, mas acho que a presidente não governará o país por muito mais tempo".
Outro aliado que Aécio tenta se distanciar agora é Eduardo Cunha. Para ele, Cunha agora é “uma pedra no caminho do impeachment” e, portanto, não serve como aliado.
“Acho que a situação dele chegou a um ponto insustentável. As denúncias se avolumam, as respostas são muito pouco consistentes e o processo do Eduardo Cunha, de alguma forma, se coloca como diria o poeta da minha terra: 'No meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do caminho'. Tem o Eduardo Cunha no meio do caminho e essa questão terá que ser resolvida”, disse.
Os tucanos voltam a jogar as suas fichas na ação movida por eles no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que pede a cassação do mandato de Dilma Rousseff, pois o governo da petista "já não existe". "O que resta agora é definir qual é o instrumento para que ela saia", bravateou.