Diálogo marca reposição de aulas na escola Fernão Dias, em São Paulo

Na terça (5), pais, alunos, professores e gestores da escola estadual Fernão Dias, na capital paulista, se reuniram para definir calendário e formato da reposição das aulas. Os estudantes saíram satisfeitos do encontro e destacaram como positivo o diálogo que se estabeleceu entre representantes do governo e comunidade escolar. Nesta quarta as aulas foram retomadas.

Reunião para definir reposição das aulas na EE Fernão Dias - Márcio Fernandes/Estadao

Em entrevista a Agência Brasil, no início da semana, quando aconteceu a desocupação da escola, o estudante Heudes Cássio da Silva Oliveira, 18, que estuda na Fernão Dias e participou da ocupação, citou a abertura do diálogo como uma das conquistas dos estudantes.

“Tivemos três conquistas, na minha visão: o primeiro é que, com a força dos estudantes, fizemos o governador recuar em público, suspendendo o projeto da reorganização escolar; a segunda é o Ministério Público e a Defensoria Pública terem conseguido uma liminar que barrava por completo o projeto da reorganização escolar; e o terceiro é o início de um diálogo com a diretoria de ensino referente às reivindicações dos alunos”, disse.

A dirigente regional de Ensino, Rosângela Aparecida de Almeida Valim, disse durante a desocupação que as reivindicações dos estudantes são plausíveis. “Tem algumas coisas que já podemos colocar em prática, como o bicicletário que eles pediram”, disse.

Rosângela citou também a nova disposição dos alunos em sala, em forma de roda de conversa, e saídas pedagógicas e disse que são mudanças viáveis a serem implantadas. “O espaço de aprendizagem não é só dentro da sala de aula, não é só dentro da escola”.

Desocupação

Na última segunda (4), após 55 dias de ocupação, cerca de 100 alunos deixaram as instalações da Fernão Dias. Antes foi realizada uma vistoria na escola acompanhada por representantes dos alunos e da supervisão da diretoria de ensino. Segundo avaliação do supervisor, a escola foi entregue em ordem, apresentando pequenas danificações, que não impediriam a retomada das aulas nesta quarta.

Segundo o sindicato dos professores do ensino oficial do estado de São Paulo (Apeoesp), cinco escolas ainda estão ocupadas no Estado, sendo quatro na capital e uma em Santos.