García Linera: Aqui gringos não governam, os bolivianos é que mandam!

O vice-presidente da Bolívia, Álvaro García Linera, afirmou que os gringos não mandam no país, os bolivianos o fazem e farão, porque o processo de mudança é para o bem estar de todo o povo.

Álvaro García Linera - Ricardo Stuckert/Instituto Lula

"Enquanto o Sr. Quiroga, com os preços do petróleo mais elevados do que os atuais, subordinou-se ao governo dos EUA – quando exerceu o cargo de presidente da República – hoje a Bolívia se faz respeitar, nenhum gringo manda, mas sim o povo boliviano, o que marca a diferença entre a gestão anterior e o que prevalece atualmente no país", disse García Linera, em entrevista coletiva.

As declarações Línera foram feitas logo após o ex-presidente José Quiroga, líder da extrema-direita, emitir um conjunto de acusações contra o governo do presidente Evo Morales, dizendo que ele teve sorte em sua administração, porque os preços do petróleo e gás estavam altos, mas agora terá problemas porque sofreram queda.

Neste contexto, o vice chefe de Estado recordou que no período em que o direitista foi dignitário do país, o preço do petróleo – atualizado – era de US$ 49 e agora estava em US$ 36, mas no mandato de Quiroga as reservas internacionais do país eram 1 bilhão e 100 milhões de dólares, e atualmente, declarou, essas reservas são de US$ 13 bilhões e 100 milhões.

"Sorte, casualidade (…) supõem-se que, se naquela época o preço do petróleo era muito mais alto do que hoje, deveria haver uma maior quantidade de reservas internacionais do país, mas não foi assim. Teríamos que perguntar ao Sr. Quiroga, aonde foram parar estes recursos?”,
disse García Linera.

Enquanto o investimento público – verba destinada pelo Estado à construção de estradas, escolas, hospitais, entre outras obras, em 2000, durante o governo Quiroga, foi de US$ 590 milhões de dólares, atualmente, esse número subiu para quatro bilhões e 915 milhões dólares, a diferença é abismal, ressaltou.

“Então o argumento do Sr. Quiroga foi derrubado”, afirmou, dizendo ainda que, enquanto eles trabalhavam para o exterior e algumas poucas famílias bolivianas, o presidente Evo e seu governo trabalham para todo o povo boliviano, especialmente os mais necessitados.

De acordo com o vice-presidente da Bolívia, "não há baixos preços do petróleo que justifiquem vender recursos do Estado a outros países, portanto, os dados mostram que, hoje, com preços baixos, o governo, com decisões precisas em gestão da economia, conseguiu ter dez vezes mais reservas acumuladas do que nos anos em que governavam os neoliberais. "

"Isso demonstra que, mesmo quando os preços de petróleo e gás sofrem quedas, não é preciso nos subordinarmos à empresa alguma e, com uma política revolucionária de proteção aos bolivianos existem recursos para construir estradas, escolas e hospitais", ressaltou.

Neste sentido, assinalou que mesmo com essas dificuldades, em 2016, o governo pretende investir oito bilhões e duzentos milhões de dólares e lembrou que, no governo do presidente Quiroga, foram investidos apenas 500 milhões de dólares, por que motivo? perguntou, "simplesmente por que o dinheiro dos bolivianos era levado pelos estrangeiros", declarou.