Conselhão traz expectativa de aproximar governo e movimento social

Em um cenário que aponta para um possível aumento da taxa de juros e uma crise política que não dá tréguas, é estratégica a aproximação entre governo e trabalhadores. A afirmação é do presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo. Para ele a convocação do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão, será vital para aproximar em 2016 as ações do governo da presidenta Dilma Roussef das demandas do movimento social.

Por Railídia Carvalho   

Compromisso pelo Desenvolvimento - Dilma, ministros, centrais e empresários - Valcir Araújo

O Conselhão tem como objetivo reunir lideranças sindicais, empresariais e sociais para debater e discutir temas de interessse da sociedade, assuntos que podem se transformar em projetos a serem enviados ao Congresso Nacional. A convocação do conselho para voltar a se reunir em 2016 foi anunciada no primeiro discurso do ano feito pela presidenta Dilma.

“O movimento sindical viu essa medida com otimismo porque o diálogo permanente foi uma das bandeiras que o movimento sempre defendeu e na atual conjuntura em que a ofensiva da direita é brutal, a Lava Jato não encerrou a ofensiva em 2015, portanto, continua pautando o governo, é preciso que o movimento social apresente essa agenda positiva, como tem apresentado”, opinou Adilson.

Na opinião dele, a retomada do crescimento é a agenda positiva e a redução da taxa de juros é condição fundamental para que o Brasil volte a crescer. “As notícias de aumento dos juros nos preocupam porque já foi demonstrado que essa saída não diminui a inflação. Faz coro com o rentismo e aponta não querer resolver o problema”, argumentou o sindicalista. No dia 19 deverá acontecer um ato das centrais contra o aumento da taxa de juros.

Governabilidade

Nivaldo Santana, secretário Sindical Nacional do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e vice-presidente da CTB, avaliou que a reunião de diversos segmentos da sociedade no Conselhão pode fazer com que a presidenta ganhe fôlego neste momento de crise.

“Pode ajudar a Dilma a readquirir condições de governabilidade e na apresentação de uma agenda positiva para o Brasil que tenha como centro a luta pelo desenvolvimento, a garantia dos direitos dos trabalhadores, a valorização salarial e a adoção de medidas para o enfrentamento do desemprego. A expectativa é defender e lutar no Conselhão para que o governo assuma essas tarefas”, disse Nivaldo.

Luta unitária

O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, vê com otimismo as ações do Conselhão. “Porque a luta política dos nossos interesses, não passa só pelo Congresso mas passa também pelas manifestações nas ruas, pelas greves nos locais de trabalho e também passa por um instrumento como o Conselhão”, afirmou Juruna.

Para o representante da Força, os trabalhadores precisam ocupar, de maneira unitária, mais esse fórum. “Se nesse espaço os trabalhadores têm assento não podemos deixar ele vago e ocupá-lo unitariamente unindo as demais centrais e os empresários que apostam em um Brasil melhor”, defendeu.