Jornal do Brasil: A crise no mundo e o pessimismo brasileiro

O editorial do Jornal do Brasil dessa segunda-feira (18) traz uma preocupante avaliação sobre a crise econômica mundial e brasileira. Para o períodico, o pessimismo seletivo e o desconhecimento do histórico econômico de parte dos brasileiros são preocupantes para o futuro do país. O jornal avalia que o brasileiro deveria ter enormes perspectivas diante de tanta riqueza natural.

Riquezas naturais

Segue abaixo:

A crise no mundo

O pessimismo seletivo, claramente por razões políticas e até ideológicas, poderia ser justificado quando se fala que o Brasil chegou ao fundo do poço, e agora é o vice-campeão, só abaixo da Venezuela. Mas o país é apontado como de grande risco no mesmo momento em que a Europa atravessa uma crise drástica e de consequências ainda incertas. Tanto que o filósofo, escritor e ensaísta Luiz Felipe Pondé publicou artigo na Folha de S. Paulo intitulado "Maoísmo sabor camembert, no qual decreta: "Os europeus estão descobrindo que a Europa pós-queda do Muro de Berlim acabou. Aquela ideia que os europeus têm de si mesmos, a saber, que são a fina flor do bem político e social, ruirá em breve. Acabou a "Eurrôdisné social"."

Pondé prossegue: "A verdade é que a Europa perdeu o bonde da política há algum tempo e não sabe o que fazer com o que está acontecendo. Seus líderes, entre a preocupação com o "eurrô" e os "droits de l'homme", estão como tontos gaguejando frases feitas contra o racismo e similares." (…) "a Europa hoje é um caldeirão social prestes a explodir, e os europeus continuam achando que um ciclo de cinema palestino salvará o mundo."

Falta muito para um país como o Brasil, com cerca de 40 milhões de pessoas com idade média entre 20 a 29 anos, com cerca de 15 milhões na faixa entre 40 e 44 anos, e cerca de 135 milhões com menos de 40 anos, e com um consumo interno de proporções continentais, chegar a este fundo de poço.

É esse pessimismo seletivo que serviu a governos em que o povo teve inflação a mais de mil por cento. E não serviram em outras áreas, e sim na própria área econômica. Um país com esta população, com esta extensão agrícola, com este mar territorial, com esta plataforma petrolífera, pode sim ficar mais pobre, e jamais será uma nação dos grandes formadores de opinião do mundo. Mas o Brasil, com sua força, sempre será o centro da atenção para todo o mundo: para a agricultura, o esporte, a fé religiosa, a pecuária… Mas é fundamental que se invista imediatamente na educação, e que se massifique a ideia de que a educação é o oxigênio de todo o desenvolvimento.