Grupo Dignidade repudia vídeo de Bolsonaro desmentido por Nova Escola

O diretor da organização não governamental Grupo Dignidade (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais), Toni Reis, parabenizou a revista Nova Escola, que publicou um vídeo, no início da semana, desmentindo outro vídeo, homofóbico, publicado no Facebook do deputado federal Jair Bolsonaro. Segundo Toni, as informações do vídeo do deputado do PP do Rio de Janeiro prestaram “um desserviço à cidadania e aos direitos humanos”.

Toni Reis

Toni elogiou o tratamento que a revista Nova Escola deu ao tema “com informações checadas, comprovadas e verdadeiras, enfrentando  o vídeo ‘mentiroso’ visto por sete milhões de pessoas e veiculado nas mídias sociais que espalha mentiras e distorções mal intencionadas e sem fundamentos sobre a educação pública no Brasil”,escreveu Toni no Facebook.

O grupo Dignidade é sediado em Curitiba há 24 anos. Toni é professor e doutor em educação, com tese e livro publicado sobre homofobia e transfobia na educação. Convive há 25 anos com o companheiro David Harrad e tem três filhos. “Com isso quero dizer que entendo da educação tanto do ponto de vista prático, como teórico”, informou.

Para ele, posturas de violência e preconceito têm excluído o segmento LGBT da escola e também tem estimulado crimes. “Diversas pesquisas científicas têm apontado para esses cenários e é evidente que é na educação que é preciso atuar para criar cidadãos e cidadãs que saibam conviver pacificamente com as diferenças. É necessário discutir na escola: educação sexual, gênero, diversidade e direitos humanos.”

Preconceito e manipulação

Em mais um ataque homofóbico, Jair Bolsonaro condenou a publicação Escola sem Homofobia e o livro paradidático Aparelho Sexual e Cia (Companhia das Letras) que, segundo ele, estão ao alcance das crianças nas escolas brasileiras.

O vídeo da revista Nova Escola mostrou que o caderno Escola sem Homofobia, mesmo após ser elogiado por especialistas em educação, foi engavetado em 2011 pelo Congresso conservador. De acordo com o Ministério da Educação (MEC), o livro da Cia das Letras não consta em nenhum programa de livro didático ou para bibliotecas.

Ele ainda acusou o governo Dilma Roussef de comprar um determinado número da revista Nova Escola para “perverter seu filho”. No vídeo, Bolsonaro chama a revista de livro e que Dilma “dá uma grana para os companheiros” quando o governo federal compra a revista.

Nova Escola informou que é uma publicação direcionada para professores e que o governo federal não compra nenhum exemplar da revista. A publicação a que o deputado se referiu foi uma capa da revista, publicada em 2015, em que um menino aparece vestido de princesa.