Macri abre as portas da Argentina para o FMI

À parte do Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça – onde o presidente Mauricio Macri busca novos “compromissos financeiros – o ministro da Fazenda da Argentina, Alfonso Prat-Gay, anunciou nesta quarta-feira (20) que o FMI fará recomendações econômicas ao país. Algo que não acontecia desde 2006.

Mauricio Macri - HispanTV

Segundo a agência de notícias norte-americana Bloomberg, o ministro argentino se encontrou em Davos com a chefa do FMI, Christine Lagarde. No entanto, o Ministério contestou a informação ao emitir uma nota afirmando que não aconteceu nenhuma reunião com o organismo internacional.

Fundos Abutres

Recentemente o presidente Macri também anunciou a retomada de negociações com o Washington para pagar a dívida dos fundos abutres. Depois de uma luta incessante da ex-presidenta Cristina Kirchner, para garantir a soberania do país, o secretário de finanças argentino, Luis Caputo, se reuniu com credores em Nova York para dar início ao processo de renegociação.

Os fundos abutres operam da seguinte forma: 1) compram títulos de dívida desvalorizados no mercado secundário, a um preço muito mais baixo que o do seu valor real; 2) negam-se a participar em acordos de reestruturação com o Estado endividado; 3) exigem pela via judicial, incluindo embargos e outras penalidades, o pagamento total da dívida, o que pode implicar na soma do valor nominal mais juros e eventuais multas.

No caso argentino os fundos abutres esperavam obter pela via judicial o equivalente a 1600% do que investiram. Os abutres compraram títulos argentinos por 48 milhões de dólares, e a sentença ordenou que o pagamento agora deve ser de 832 milhões.

Por este motivo a presidenta se recusou a negociar a dívida, que agora Macri pretende quitar, mesmo sabendo o quanto custará para a economia e para a soberania do país.