Dilma recebe apoio da Bulgária para acordo Mercosul-União Europeia

A presidenta Dilma Rousseff recebeu, nesta segunda-feira (1°/2), o presidente da Bulgária, Rosen Plevneliev, em sua primeira visita oficial de caráter bilateral ao Brasil. Dilma afirmou, em declaração à imprensa, que o Brasil está seguro de poder contar com o apoio e o engajamento da Bulgária para o avanço na negociação de um acordo entre o Mercosul e União Europeia.

Dilma-com-presidente-da-Bulgária Plevneliev - Agência Brasil

[Esta] visita se enquadra em um contexto de maior aproximação regional, no marco das negociações do Acordo de Associação Mercosul-União Europeia. Juntamente com seus sócios do Mercosul, o Brasil tem todo o interesse em avançar na troca de ofertas e na negociação de um acordo que seja benéfico para nosso Bloco e para a União Europeia. Estamos seguros de poder contar com o apoio e o engajamento da Bulgária nessa direção”, afirmou Dilma.

“Estamos certos de que as companhias brasileiras vão saber aproveitar todo esse acordo. A Bulgária pode servir como porta de entrada do Brasil para a União Europeia, assim como o Brasil pode servir de porta de entrada para a Bulgária no Mercosul. Faremos todo o possível da nossa parte para que isso se faça o mais rápido possível”, declarou Plevneliev.

Após reunião privada, os dois presidentes assinaram acordos em cerimônia pública. Um deles, o Memorando de Entendimento entre o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) e o Ministério da Educação e da Ciência da Bulgária, prevê a aproximação entre as comunidades científicas dos dois países.

“Já contamos com experiências concretas nessas áreas. Na educação, a Bulgária participa do programa Ciência sem Fronteiras; na cooperação antártica, o Brasil presta apoio logístico e de manutenção à base búlgara de St. Kliment Ohridski”, ressaltou Dilma.

Os países assinaram também o Acordo de Cooperação em Previdência Social, que objetiva facilitar a vida de brasileiros residentes na Bulgária e de búlgaros residentes no Brasil. A presidenta afirmou ainda que está sendo negociado o Acordo para Transferência de Pessoas Condenadas, que deve aumentar a cooperação jurídica bilateral. Dilma lembrou também que a visita tem um significado especial para ela, por conta de sua ascendência búlgara.

Agenda bilateral e global

Na reunião, realizada nesta manhã no Palácio do Planalto, os presidentes passaram em revista os principais pontos da agenda comum. Discutiram formas de revigorar os fluxos comerciais e definiram uma reunião da Comissão Intergovernamental de Cooperação Econômica sobre possibilidades de investimentos e de diversificação de comércio. Durante a visita búlgara, também serão realizados eventos empresariais na Confederação Nacional da Indústria (CNI) e na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Sobre a agenda global, os presidentes trataram sobre a crise dos refugiados, que envolve a Europa, o Norte da África, a Ásia Central e o Oriente Médio, e exige soluções coletivas por parte da comunidade internacional. “Convergimos sobre a necessidade de que se encontre solução política e abrangente para o conflito na Síria”, disse a presidenta. Sobre o Conselho de Segurança da ONU, os presidentes retomaram as conversações sobre o imperativo de uma reforma para alcançar ações mais eficazes e representativas.

Relações entre os países

Em 2011, a presidenta Dilma realizou a primeira visita de um chefe de Estado brasileiro à Bulgária e expressou o desejo brasileiro de aumentar a cooperação bilateral em temas sociais, na área agrícola, em biocombustíveis e no intercâmbio estudantil. Na ocasião, realizou-se o I Fórum Empresarial Brasil-Bulgária e assinou-se Acordo de Cooperação Econômica. Em 2012, o presidente búlgaro esteve no Brasil por ocasião da Rio+20.

A Bulgária tem apoiado candidaturas brasileiras em organizações internacionais, multilaterais, em especial na área de direitos humanos. O governo brasileiro também apoiou diversas candidaturas búlgaras em órgãos multilaterais.

Em 2012, o comércio bilateral registrou o maior volume de sua série histórica, atingindo US$ 438,9 milhões – o que representa aumento de 55% em relação ao ano anterior. A aquisição de jatos da Embraer por uma companhia aérea búlgara foi o principal fator para esse resultado positivo. Ainda naquele ano, o Brasil prestou ajuda financeira e doou mantimentos para apoiar a população búlgara afetada pelas fortes enchentes ocorridas no sul do país.