PCdoB imprime um novo olhar na Cultura de Jundiaí
Ao olhar uma das peças em exposição no Museu Histórico e Cultural de Jundiaí "Solar do Barão", ele não deixa de expressar seu contentamento com o novo, a mistura do histórico com o contemporâneo, da periferia com o centro.
Publicado 12/02/2016 14:49 | Editado 04/03/2020 17:16
Uma ação inédita em Jundiaí, o Museu instalado no centro da cidade, abriu espaço para a periferia da cidade, o bairro Jardim São Camilo. Essa é uma das marcas apontadas por ele, o secretário de Cultura da cidade Tércio Marinho, como diferencial de uma secretaria administrada pelo PCdoB.
Com a proposta do diálogo com toda a cidade, novos artistas foram descobertos e seus trabalhos revelados, como a exposição contemplada pelo secretário de Cultura, "O Sanca é Nóis – O Rolê de Low-Bike da Quebrada para o Centro!" que fica no Museu Solar do Barão até o dia 27 de fevereiro. Iniciativa que surgiu do diálogo na comunidade São Camilo pela Diretoria de Ação Comunitária, diretoria criada pelo atual governo, para ampliar a participação das periferias na vida cultural de Jundiaí
Confira abaixo a entrevista com o secretário de Cultura de Jundiaí Tércio Marinho:
Qual é a principal marca do PCdoB a frente da Secretaria de Cultura?
Primeiro o PCdoB promove um debate nacional sobre a importância da cultura do nosso povo, haja visto os documentos do próprio partido. Nós a frente da Secretaria de Cultura trazemos para dentro da estrutura pública, nosso jeito de pensar, compreender e decifrar a cultura do povo brasileiro.
Quando assumimos a Secretaria de Cultura reorganizamos a estrutura, o processo que envolveu as Diretorias de Cultura, dos Teatros, do Museu, de Patrimônio Histórico e Cultural, e posteriormente do Complexo Fepasa, com a finalidade de dar conta dos desafios impostos pela transformação pretendida, chegados agora aos três anos observamos que estávamos certos e que boa parte daquilo se propôs foi exitosa, ou seja, hoje a Secretaria de Cultura é notadamente reconhecida e respeitada pela sua capacidade de gestão e pelo diálogo que faz com a cidade.
Dentre os avanços obtidos por todas as diretorias, não tem como deixar de destacar a criação da Diretoria de Ação Comunitária, ela materializou aquele desejo de parcela expressiva da população que não tinha como ter acesso à cultura, e a partir dos diálogos estabelecidos com a comunidade, novas demandas passaram a fazer parte do cotidiano da Secretaria de Cultura, onde as diretorias de forma conjunta absorvem e atendem conjuntamente com seus programas.
Embora seja um partido com quase 100 anos o O PCdoB é um partido muito vivo, disposto a transformações e novas ideias, você acredita que isso tem contribuído para o diferencial da Secretaria de Cultura?
Não tem dúvida que a formação política que recebemos como militantes, nos permite olhar e interpretar a sociedade, seus desejos e sua determinação em busca da cidadania. Seguramente isso nos influencia muito na condução do órgão público, questão que nos distingue, nos diferencia é nossa ideologia partidária, pois acreditamos no socialismo.
Aquilo que o partido transmite enquanto organização política, nós materializamos na administração publica, a reestruturação da Secretaria de Cultura seguiu essa lógica política, os trabalhos das diretorias seguem por esse viés, assim como a abertura de diálogo com os servidores para que compreendam o nosso papel, eles são determinantes e muito importantes nessa transformação e passam a ser fundamentais no projeto que coordenamos.
Estou seguro em afirmar que o PCdoB com sua história de lutas, seu programa, sua forma de atuação e o princípio ideológico, são fatores que influenciam a nossa caminhada na gestão publica.
Quais as principais ações que você destaca ao longo desses três anos?
Nosso grande diferencial foi a forma de se relacionar com os artistas da cidade, uma grande parcela não tinha espaço, nem reconhecimento, como o hip hop, cultura negra, carnaval, rock, música sertaneja, artes visuais, coletivos culturais, etc. Atualmente temos um diálogo sistemático e todas as áreas são ouvidas tentamos criar oportunidades para todos.
Nesse período conseguimos consolidar os programas já existentes, implantamos a circulação de cultura, espetáculos, instauramos as Comissões Populares de Cultura nos bairros, criamos a G9, alteramos a lógica de ocupação do Museu Histórico e Cultural, Pinacoteca e Teatro Polytheama, nos tornamos referência na guarda e tratamento de documentos históricos, demos grande contribuição ao governo ao criar o programa Sexta no Centro, que consagrou-se e tornou-se uma marca de ocupação do espaço urbano, criamos oportunidade de participação para centenas de artistas nas festas populares, tais como Festa da Uva, Virada Jundiaí, Feira da Amizade, Encontro de Motociclistas, além de termos contribuído com a formulação de leis em beneficio do artista e de questões relativas ao patrimônio cultural.
Outros pontos que merecem destaque foram a criação do núcleo de comunicação da Secretaria que durante dois anos nos ajudou a dar visibilidade para nossas ações e melhorou nossa comunicação com os artistas e a cidade, departamento financeiro e setor administrativo, passaram por mudanças e melhoraram sensivelmente sua atuação, como a Fundação Casa de Cultura e Esportes, que assumiu a gestão orçamentária da Diretoria dos Teatros e dos Museus, bem como, encontra-se em estudo alteração da sua estrutura para que cada vez mais a instituição cumpra papel estratégico na gestão da cultura municipal.
Esse ano é ano de eleitoral como você avalia esse momento e como a Secretaria de Cultura pode contribuir nesse processo?
Tércio: Hoje a Secretaria de Cultura tem um rumo, e não temos dúvida de ter realizado um trabalho que definiu um modelo de gestão, mérito de toda a equipe. Esse ano entramos em um momento decisivo, o ano eleitoral, é o momento de avaliarmos como esse trabalho contribuiu com a cidade, com nosso projeto político e com o governo.
Teremos o prestígio medido pela população, a Secretaria de Cultura portanto se torna estratégica no momento que atinge diversas camadas da população, se relaciona com diversos órgãos públicos, organizações, associações e movimentos sociais. Tenho muita expectativa de ver o resultado, momento que nos permitira sabermos até que ponto acertarmos, o processo eleitoral é um momento de fazer o debate de ideias e se posicionar sobre os rumos do governo e o rumo que a sociedade quer para cultura na cidade.
Creio que nesses três anos avançamos muito e procuramos estar de acordo com o plano de governo do prefeito Pedro Bigardi, que é universalizar, popularizar e democratizar o acesso à cultura na cidade.
Como secretário do PCdoB à frente da Secretaria de Cultura o que não foi conquistado e que você pretende lutar nesse último ano?
Tércio: Três anos período é um período curto pensando a necessidade da cidade, isso em todas as áreas, conseguimos avançar, mas um desafio a ser cumprido é inserir Jundiaí no Sistema Nacional de Cultura, criar o Plano Municipal de Cultura, instrumento capaz de pensar a cultura da cidade para os próximos 10 anos, fortalecer o Conselho Municipal de Cultura, colaborar com a profissionalização na área cultural e a consequente valorização dos artistas, produtores e técnicos, melhorar a condição de trabalho da categoria, outro desafio é melhorar a condição de acesso à cultura aos portadores de deficiência.
Fomentar a produção e difusão cultural, através das políticas públicas como Programa Cultura Viva, audiovisual, cultura digital, cultura urbana, promover e facilitar a oferta de bens, produtos e conteúdos culturais, fortalecer sistemas capazes de dar condição de construirmos uma economia criativa pujante.
Investir em desenvolvimento de programas e parcerias estratégicas como educação, esporte, turismo e comunicação.
Como militante e dirigente do PCdoB como você avalia a atuação dos comunistas no governo Pedro Bigardi?
Atuação destacada e comprometida, onde os comunistas atuam a gestão pública avança e torna-se referência, isso é perceptível pois temos um compromisso público com a melhoria das condições de vida das pessoas.
Tivemos avanços importantes em todas as áreas em que o PCdoB está a frente, marcado pelo diálogo com a comunidade, tudo isso conquistado com apoio e colaboração dos militantes do partido, sempre ativos e dispostos a contribuir com o governo.
Para você o que representa a Cultura?
A Cultura nos diferencia enquanto povo porque o Brasil é um país miscigenado e ela é fundamental para proteção e valorização da nossa identidade e determinante para o êxito de qualquer governo.
A pessoa quando tem acesso à cultura torna-se um sujeito crítico, adquire capacidade de compreender e valorizar o meio onde vive e exerce cidadania, pois é determinante no processo de formação, para além da educação, permitindo a inclusão do indivíduo de forma que exerça poder e colabore com a promoção de justiça social e contribua definitivamente para o aperfeiçoamento da democracia.
A luta do PCdoB é para que a cultura venha para a centralidade do poder, o campo de decisão, pois a cultura, sem dúvida nenhuma é determinante para qualquer administração, esta comprovado que aumentar o investimento em cultura acrescenta valor à vida das pessoas, qualifica o ambiente onde vivem, transformando-os em seres humanos melhores e é essencial para fazer avançar governos progressistas, pois este tipo de investimento contribui decisivamente com o avanço da sociedade. Considero que em Jundiaí conseguimos dar um passo importante nesse sentido.
Texto e Fotos: Eliane Silva Pinto