Decisão de Obama sobre o Supremo complica cenário nos EUA

A decisão do presidente Barack Obama para nomear um novo membro do Tribunal Supremo influirá no complicado cenário político estadunidense, preveem hoje comentaristas políticos.

Barack Obama

A inesperada morte do membro do Tribunal Supremo Antonin Scalia implicará a um aumento do confronto entre republicanos e democratas em um cenário em que a máxima corte tem uma influência maior que em outros países e à que com frequência lhe pede sua intervenção para atuar como árbitro em temas espinhosos.

No entanto, assinala o jornal digital The Hill, a decisão expressa do líder da maioria do Senado, Mitch McConnell, de não confirmar qualquer dos candidatos durante o resto do mandato de Obama cria uma dinâmica incômoda ao redor de qualquer seleção potencial.

Acrescenta que quem seja nominado terá que considerar a possibilidade de estar no limbo durante um ano ou mais, se o Senado não atuar durante o ano eleitoral.

No entanto, assegura, essa pessoa também poderia ter uma vantagem sobre sua designação por Hillary Clinton, se ganha a nominação e as eleições gerais de novembro.

Alguns dos possíveis nominados de Obama à Corte Suprema seriam Sri Srinivasan, um juiz do circuito de Washington se o objetivo é exercer pressão sobre McConnell para permitir uma votação de confirmação do Senado, já que para sua atual posição foi aprovado por 97 a zero.

Srinivasan é amplamente conceituado como um moderado, o que pode agradar a muitos no lado republicano que pedem um candidato de consenso.

Outro pode ser Paul Watford, designado pela Casa Branca no 9º Circuito e que em ocasiões se mencionou como um potencial candidato à Corte Suprema de Obama por suas posições moderadas, além de ser um afro-americano.

Também se menciona a atual secretária de Justiça Loretta Lynch, de 56 anos, que se desempenhou em seu posto por menos de um ano e não seria vista mau pelos republicanos como seu antecessor no cargo Eric Holder.

Ainda que a cúpula partidárias e alguns candidatos como Ted Cruz querem afastar a nomeação, outros como o senador republicano Lindsey Graham defendem um candidato de consenso para atingir uma confirmação exitosa.

O caminho será escabroso para Obama, pois já o presidente do Comitê Judicial do Senado Chuck Grassley (R-Iowa) disse no sábado que não é tradicional nomear um membro do foro judicial em ano de eleições.

Os republicanos temem que com a nomeação e a confirmação, o presidente Obama trate de impulsionar sua agenda e mais ainda quando o máximo tribunal deve ser manifestado sobre temas como os alívios migratórios anunciados pelo governante indo a seus poderes executivos.

O tema influi muito na atual campanha eleitoral e já no lado dos democratas a ex-secretária de Estado e aspirante à candidatura Hillary Clinton disse que bloquear a nominação está "totalmente fora de sintonia com nossa história e nossos princípios constitucionais".

Barack Obama, destacou, é presidente dos Estados Unidos até 20 de janeiro de 2017. Isso é um fato, meus amigos, quer os republicanos gostem ou não.

Também lhe uniu seu rival Bernie Sanders, que atacou os republicanos por terem "uma visão muito interessante da Constituição dos Estados Unidos e ao que parece acham que a Constituição não permite que um presidente democrata proponha um candidato para substituir o juiz Scalia".

Fonte: Prensa Latina