Movimento unificado luta para que trabalhadores não percam direitos
“A unidade do movimento é a chave na pauta por mais conquistas sociais e para fazer o enfrentamento à política econômica que penaliza o trabalhador”. A afirmação é de Rogério Nunes, secretário de movimentos sociais da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB). O dirigente sindical avalia ao Portal Vermelho o calendário de lutas de 2016, que, segundo ele, exigirá muita clareza, para fazer frente ao contexto conservador que o país vive.
Por Laís Gouveia
Publicado 18/02/2016 12:08
O secretário da CTB considera que 2016 é um ano em que a direita intensifica suas ameaças à classe trabalhadora e aponta quais são os maiores entraves.” As intimidações vêm, principalmente, da Câmara e do Senado. O Projeto de Lei 4330 que implementa a Terceirização, praticamente elimina a função da Consolidação Das Leis do Trabalho (CLT), por isso, qualquer empresa pode demitir ou contratar através da pessoa jurídica, gerando o fim do 13º salário, Fundo de Garantia, contribuição na previdência, ou seja, as facetas do neoliberalismo em prática.
"Somos contra a Reforma da Previdência"
Rogério considera que a previdência não é deficitária. “A seguridade social, constitucionalmente é a previdência, a assistência social e saúde e não é somente a contribuição patronal dos trabalhadores, mas sim a contribuição social sobre o lucro líquido o Confins, os jogos de loteria. Essa é a receita da seguridade social, e a despesa da seguridade não são apenas os aposentados, é a Lei Orgânica da Assistência, então, são dois conjuntos: Receita da seguridade social e despesa da seguridade social. A partir disso, o pagamento dos aposentados da previdência não é deficitário, a questão é que o setor empresarial, com parte da mídia, só falam na despesa dos aposentados e a sociedade reproduz essa meia informação. Não podemos entrar nesta seara, caso contrário, teremos que ampliar a idade mínima de aposentadoria e isso é uma lógica fechada. Se colocarmos receita da cota patronal e a receita da previdência dos trabalhadores, tal conta não irá fechar nunca”.
Pela democracia, venceu a unidade
O sindicalista, que também é membro da Frente Brasil Popular e Frente Povo Sem Medo, avalia que um grande exemplo de como a unidade é importante, principalmente nos momentos políticos decisivos do país, foi o grande ato rechaçando o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, ocorrido no último dia 16 de dezembro. “No ponto de vista da participação popular, amplitude e unificação das propostas, considero que foi o nosso melhor momento”.
Onda conservadora trouxe união aos movimentos
“Observamos, atualmente, movimentação oposta, a criação de frentes amplas unindo várias representações políticas e sociais que fazem um enfrentamento ao contexto conservador que o Brasil vive. A frente Brasil Popular e a frente Povo sem medo estão uma grande marcha, com uma meta de mobilizar 100 mil pessoas rumo a Brasília, no dia 31 de março, contra a Reforma da Previdência, contra o Ajuste Fiscal, por mais democracia, além das nossas reivindicações anuais, no dia internacional da mulher e o dia do trabalhador” conclui.