O Globo recebe pedido de resposta do advogado de Lula

O jornalista Lauro Jardim, com recorrentes casos de manipulação indevida da notícia, abusou mais uma vez do seu poder como colunista do jornal O Globo. Após a publicação de uma nota na última segunda-feira (15), intitulada “Um processo bilionário”, o jornalista recebeu um pedido de direito de resposta do jurista Roberto Teixeira, que é um dos advogados do ex-presidente Lula.

Coluna de Lauro Jardim

O advogado foi citado como " o amigão e também advogado de Lula" na coluna que tratava de um processo que envolve as empresas General Electric e Transbrasil – esta última defendida pelo advogado.

Para Roberto Teixeira, o colunista "flerta com a manipulação e a indevida tentativa de interferir em julgamento a ser realizado pelo STJ" ao publicar o texto. Para ele, Lauro Jardim ainda "pretendeu estabelecer uma — inexistente — relação entre esse processo judicial com fatos absolutamente alheios à causa".

Ironicamente, o jurista esclarece que “por coincidência” é um dos advogados que assina duas ações contra o jornalista. “Outra estranha coincidência, diz o advogado, a publicação da nota ocorrer na véspera da audiência relativa a uma das ações. “De fato, são apenas coincidências!”, diz Roberto Teixeira.

Leia a íntegra da carta endereçada ao jornalista Lauro Jardim:

São Paulo, 15 de janeiro de 2016

Ao
Jornalista Lauro Jardim
c.c.

Sr. Frederic Kachar
Senhor Jornalista,

A nota intitulada "Um processo bilionário", de sua autoria, publicada hoje (15/02/2016) na plataforma do jornal "o Globo" flerta com a manipulação e a indevida tentativa de interferir em julgamento a ser realizado pelo STJ.

O senhor não esclareceu aos seus leitores o motivo do processo: a empresa General Electric – cujo nome, o senhor, estranhamente, preferiu omitir – pediu a falência da minha cliente, a Transbrasil, uma tradicional companhia aérea brasileira, com base em uma nota promissória já paga. E conseguiu a quebra. É por isso que o Tribunal de Justiça de São Paulo, após a realização de uma detalhada perícia, condenou a General Electric a indenizar a Transbrasil.

Ou o senhor acha que a General Electric, após quebrar indevidamente uma empresa que gerava milhares de empregos e receitas para o País não deve pagar uma indenização? É com essa indenização que a massa falida irá pagar os ex-funcionários e os credores em geral, públicos e privados.

Outro aspecto interessante é que o senhor pretendeu estabelecer uma — inexistente — relação entre esse processo judicial com fatos absolutamente alheios à causa. Arrisco a dizer que da mesma forma como o senhor fez ao manchetar em "O Globo", na sua triunfal estreia no jornal, o teor de uma delação premiada que não tinha a menor procedência, como foi reconhecido 28 dias depois, quando já haviam sido propostas duas ações judiciais.

Por coincidência sou um dos advogados que subscreve essas duas ações contra o senhor. Isso deveria ser explicado aos seus leitores ao fazer referência ao meu nome em suas publicações. Do contrário, eles poderão não entender o excesso de adjetivos que o senhor utiliza nessas publicações.
Outra estranha coincidência: a publicação da nota na véspera da audiência relativa a uma das ações acima referidas.

De fato, são apenas coincidências!

Solicito incluir este texto no mesmo local em que foi publicada a nota em questão, sem prejuízo de me reservar no direito de dar a publicidade necessária.

Limitado ao exposto,
Roberto Teixeira