Viviane Mosé afirma na CBN: A voz das ruas não é a voz das urnas

Nesta terça-feira (15), a doutora em filosofia e escritora Viviane Mosé comentou em sua avaliação de 10 minutos, na rádio CBN, sobre o atual cenário político do país. Segundo ela, os manifestantes que foram às ruas no último domingo contra a presidenta Dilma Rousseff representam 2% da população brasileira e não podem falar em nome da maioria.  Operação Lava-jato errou ao levar Lula para depor coercitivamente sem tê-lo chamado antes. Não se pode abrir mão da lei porque a política nos desagrada. 

Viviane Mosé - CBN

Viviane afirmou que o acirramento da polarização partidária não contribui para a democracia e que a simples troca de presidente não terá eficácia sem a implementação de uma reforma política.

Em relação à Operação Lava Jato, da Polícia Federal, a escritora disse que é preciso cautela para que a ação prossiga dentro da legislação, sem tomar partido. “A gente viu a mesma Operação Lava Jato ir contra a lei quando ela traz o ex-presidente [Lula] para depor sem ter tido convocado ele antes. Então, se a gente admite no Brasil que podemos abrir mão da lei porque politicamente não nos agrada… Se a gente ler as últimas notícias dos juristas, das universidades, dos depoimentos na imprensa, em várias instâncias a gente vê os juristas dizendo ‘isso não é correto’”, ressaltou.

Não há provas contra Lula

Até oposição foi contra pedido de prisão preventiva do ex-presidente. Não é por esse caminho que temos que ir. Existe incitação pública para impeachment de Dilma e prisão de Lula, apesar de faltarem motivos legais. Milhões se manifestando nas ruas mostram que oposição é forte no Brasil, mas não representa população brasileira. Além disso, mudar figura da presidente Dilma não muda corrupção nem situação econômica do país.

Não vai ter impeachment

Viviane lembrou que não há provas concretas para a prisão do ex-presidente Lula e tampouco para o impeachment de Dilma. E, na opinião dela, a tentativa de prejudicá-los com base em arbitrariedades tem efeito contrário, fazendo o Partido dos Trabalhadores ainda mais forte. “Quando tudo isso acalmar, e provavelmente não haverá impeachment porque não tem como burlar uma lei, você sabe o que vai acontecer? O PT, mais do que nunca, vai sair fortalecido disso e nós vamos ter um novo líder no Brasil que é o presidente Lula”, disse.