Tenente da PM admite ter fechado a Paulista mesmo sem manifestantes

Por volta das 6h30, quando começa o horário de pico no trânsito de São Paulo, a Polícia Militar desviou o fluxo na Avenida Paulista, uma das principais da capital, para garantir a livre manifestação. Porém, não haviam manifestantes. Cerca de 20 pessoas se concentravam em frente ao prédio da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). A "garantia" para o "clamor popular" acontecer parece ser só um dos passos rumo ao golpe. 

Paulista fechada sem manifestantes - Nelson Antoine/Agência Estado

Paralelo a isso, os repórteres da CBN avisavam pelo rádio “pode ir para Avenida Paulista porque a polícia já está lá garantindo a segurança dos manifestantes”.

O jornalista Antônio Martins, do Outras Palavras, entrevistou o tenente da PM responsável por desviar o trânsito na avenida, que afirmou “deve ter umas 50 pessoas”. Segundo o repórter: “umas 20”.

O tenente admitiu, em vídeo, que recebeu ordens do comandante do 1º Batalhão de Trânsito da PM para bloquear a via, mesmo sem ter nenhuma manifestação acontecendo. Em poucos minutos as ruas laterais já estavam com um enorme engarrafamento.

A reação da PM não é a mesma quando se trata de manifestações pela Educação, ou pelo Transporte, por exemplo. Ao invés dos oficiais garantirem a segurança dos manifestantes, muitas vezes tentam, a qualquer custo, desviar o trajeto da manifestação para “não atrapalhar o trânsito”. Quando se trata do “clamor popular” em defesa de um golpe em curso, parece que a preocupação não é a mesma.

Assista ao vídeo: