“Tirar a Telesur da Argentina é uma censura aberta”, diz prêmio Nobel

O prêmio Nobel da Paz (1980), Adolfo Pérez Esquiavel, afirmou nesta segunda-feira (28) que a decisão do Governo argentino tirar o sinal da Telesur da Televisão Digital Aberta (TDA), é uma atitude política e uma censura contra a informação.

Esquiavel - Reprodução

Para o arquiteto, a cobertura feita pela Telesur das manifestações do povo argentino contra as políticas neoliberais do presidente Mauricio Macri, em seus primeiros cem dias de governo é sem dúvida é um dos principais motivos que levou o presidente a censurar o canal. “É a prova que buscam silenciar a diversidade e impor o pensamento único”, manifestou Esquiavel.

“Na Argentina os canais [de TV] não informam, concentram-se em falácias e espetáculos e muito pouco na situação política internacional e latino-americana”, afirmou.

Esquiavel recordou que no discurso de posse de Macri, ele naõ falou sobre o Mercosul ou sobre a Celac, apenas na aproximação com os Estados Unidos e com a União Europeia. “O único país que ele [Macri] atacou foi a Venezuela, de resto, não falou absolutamente nada”.

De acordo com o ativista dos direitos humanos, a postura de Macri é muito “condicionada e dirigida”, e o que está acontecendo em seu país é um verdadeiro “ataque à liberdade de pensamento”. “É necessário deixar isso claro, são decisões políticas de colocar à margem um meio de comunicação como a Telesur”.

Como um dos fundadores do canal latino-americano, explicou que o Conselho Consultivo da emissora deve se expressar publicamente e exigir que o governo argentino volte atrás com a decisão.