Tsipras condena Macedônia por repressão a refugiados que feriu 300

O governo de Atenas disse nesta terça-feira (12) que a violenta repressão da guarda fronteiriça macedônia, que na segunda-feira (11) deixou 300 refugiados feridos no campo de Idomeni, norte da Grécia, foi uma "vergonha para a cultura europeia", ao mesmo tempo que a Macedônia negava que tivesse usado balas de borracha e bombas de efeito moral.

Policial macedônio agride refugiados na fronteira com a Grécia

O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, qualificou como vergonhosa a repressão, enquanto que o presidente do país, Prokopis Pavlopoulos, criticou duramente a violenta repressão da polícia macedônia.

Durante um encontro com o primeiro-ministro português Antonio Costa, Pavlópulos disse que as ações da Macedônia são inaceitáveis para um país que aspira a unir-se à União Europeia e à Otan, e assegurou que estes são comportamentos que não têm cabimento nem na União Europeia nem no Pacto do Atlântico Norte.

Por seu lado, o governo de Skopie negou que a polícia tivesse empregado balas de borracha e granadas de efeito moral, mas segundo a missão da organização Médicos Sem Fronteiras, 200 pessoas foram tratadas por intoxicação com gás lacrimogêneo, 30 foram atendidas por terem sido alvo de disparos com balas de borracha e 20 por outros problemas. Também informou que três dos feridos por balas de borracha eram crianças que receberam sérios danos na cabeça.

Além de negar os fatos, o Ministério do Interior macedônio acusou sem dar nomes várias Ongs de "distribuir entre os refugiados folhetos que sugeriam que, uma vez que cruzassem a fronteira greco-macedônia, teriam livre acesso até a Europa Ocidental".

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) também expressou sua preocupação: "as cenas que vimos de uso de gás lacrimogêneo são muito preocupantes. É muito para aqueles que estão preocupados pela resposta da Europa à situação dos refugiados e migrantes", afirmou em um comunicado o porta-voz da agência da ONU, Adrien Edwards.