ONU: Sanção israelense afeta reconstrução da Faixa de Gaza

A proibição imposta por Israel às importações de cimento para o setor privado na Faixa de Gaza afeta a reconstrução do território palestino, devastado em 2014 pelo exército de ocupação israelense, assinala um informe das Nações Unidas publicado nesta quinta-feira (28).

Pedreiro palestino enche laje em algum ponto da Faixa de Gaza, antes da destruição de 2014

Desde o dia 3 de abril, as autoridades da potência ocupante impedem a entrada em Gaza de cimento, um grave obstáculo para a recuperação da Faixa açoitada há dois anos por 51 dias de bombardeios, com saldo de mais de 2,2 mil mortos, meio milhão de refugiados e dezenas de milhares de moradias destruídas.

Segundo o Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (OCHA), Israel utiliza como pretextos para impor a sanção o suposto desvio dos materiais de construção e a descoberta há alguns dias de um túnel a partir da localidade palestina bloqueada até Israel.

A agência especializada advertiu que desde outubro de 2015, em Gaza chegaram uma média mensal de 75 mil toneladas de cimento para o setor privado, através do cruzamento de Kerem Shalon, destinadas a consertar ou reconstruir as mais de 170 mil casas danificadas ou destruídas durante a agressão.

A maioria desses recursos já foram vendidos aos necessitados, assegurou a OCHA.

De acordo com o Escritório, as proibições de importação ditadas por Israel obrigaram organizações de ajuda humanitária a suspender seu apoio a quase 1,4 mil famílias palestinas, a partir do aumento dos preços do cimento como resultado da medida.

As Nações Unidas sublinham que 75 mil pessoas afetadas pela perda de seus lares durante os bombardeios do verão de 2014 continuam deslocadas, um cenário decorrente das restrições de acesso a materiais de construção e falta de financiamento.

Fonte: Prensa Latina