Chico Lopes: Decisão de Maranhão expõe ilegalidade do golpe
Para o deputado federal Chico Lopes (PCdoB-CE), a decisão do presidente da Câmara Federal, deputado Waldir Maranhão (PP-MA), de anular a sessão em que foi votado o impeachment contra a presidenta Dilma, reforça a denúncia de que esse processo foi marcado por graves e claras ilegalidades desde o começo.
Publicado 09/05/2016 16:29
"Desde o início de toda essa tentativa de golpe temos alertado que não se trata de um processo jurídico, que a presidenta Dilma não cometeu nenhum crime de responsabilidade. O que ela fez foi dizer 'não' ao ditador Eduardo Cunha, que queria os votos do PT no Conselho de Ética, para escapar de um processo de cassação por ter mentido sobre ter milhões de dólares na Suíça", aponta Chico Lopes.
"Como comprovado sem qualquer sombra de dúvida e como ressaltado pelo advogado geral da União, foi a decisão do PT de não apoiar Cunha no Conselho de Ética que o levou a pautar o pedido de impeachment da Dilma. Isso é desvio de finalidade. Isso torna esse processo nulo desde o começo", afirma om parlamentar.
De acordo com ele, o país assistiu "a uma imensa farsa, um teatro triste, que só serviu aos propósitos do Cunha, de tentar se vingar da presidenta Dilma". Para ele, contudo, o Brasil não pode "pagar esse preço, perder sua democracia, desrespeitar os votos de 54 milhões de pessoas, retirar do poder uma presidente que não cometeu nenhum crime", destaca.
Chico Lopes reitera que o decisão e Waldir Maranhão só reforça a tese, defendida pelos contrários ao impeachment, de que o processo de impeachment está permeado por ileaglidade e, portanto, não teria valor jurídico.
"Embora nos cause muita estranheza, pela demora em pautar esse questionamento, que já estava na Mesa Diretora da Câmara há algum tempo, a decisão do presidente Waldir Maranhão (…) demonstra mais uma vez que esse processo é cheio de ilegalidades. Não tem o menor valor jurídico. Se sustentava apenas na tentativa de uma represália política contra a presidenta Dilma e a favor de quem não se conforma de ter perdido as eleições e insiste em tentar um terceiro turno", avalia.
"O povo brasileiro está atento, não aceita golpe e vai lutar até o fim para fazer valer a democracia, os 54 milhões de votos que elegeram a presidenta Dilmar. O povo não aceita Cunha, o povo não aceita Temer. Democracia é coisa séria, e lutamos muito pela nossa. Vamos à luta, porque o Brasil não aceita golpe", conclui.